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52% das famílias atrasarão contas nos próximos meses

Com a deterioração das finanças das famílias causada pela pandemia de covid-19, pouco mais da metade – 52% – dos consumidores prevê que não conseguirá pagar as contas ou poderá arcar com apenas parte delas nos próximos meses, segundo pesquisa feita pela Boa Vista SCPC entre 7 e 13 de abril.

De acordo com o levantamento, a maioria – 56% – só tem fôlego financeiro para até dois meses. Outros 24% dos entrevistados têm capacidade para segurar as contas por mais de três meses. E 20% não sabem dizer até quando conseguem pagar os boletos.

A pesquisa ouviu 600 pessoas de todas as regiões do país e apontou que 80% já fizeram uma revisão no orçamento doméstico a fim de reduzir despesas.

O fato de mais de 40% dos trabalhadores estarem no mercado informal pode explicar o alto percentual de pessoas que preveem um orçamento mais apertado nos próximos meses. “Eles são deixaram de ter renda suficiente para os gastos do dia a dia”, diz
Flavio Calife, economista da Boa Vista. Isso apesar do auxílio emergencial concedido pelo governo, de R$ 600 a R$ 1.200, dependendo do caso.

Desde que obrigou os governos a adotar medidas de isolamento social, a pandemia tem provocado desemprego e queda de renda, aumentando a dificuldade das famílias para manter as contas em dia. Não por acaso, o pessimismo do consumidor medida por diferentes instituições tem registrado níveis históricos. O índice calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) caiu 22 pontos em abril, para 58,2, menor nível desde 2005.

O principal compromisso financeiro dos consumidores são as compras parceladas, como cartão de crédito, carnê de loja e cheques pré-datados. Segundo a pesquisa, 49% têm esse tipo de dívida. Em seguida, com 27%, estão financiamentos, como crédito para veículo, imóvel, crédito pessoal ou consignado.

Num futuro próximo, 59% dos entrevistados acreditam que vão precisar de novos empréstimos para pagar as contas. Entre aqueles que não conseguirão manter as os pagamentos em dia, 83% vão precisar de crédito. E, se o atual cenário se prolongar, 34% dos que esperam manter as contas em dia precisarão recorrer a empréstimos, diz a pesquisa.

A principal modalidade citada pelos que preveem a necessidade de tomar crédito foi o empréstimo pessoal em bancos (21%), seguida do cartão de crédito (14%) e do empréstimo consignado (12%). Empréstimo cedidos por familiares e amigos foi mencionado por 16%.

A situação pode agravar o endividamento e o comprometimento de renda das famílias, que já vinha crescendo mesmo antes da pandemia.

De acordo com dados do Banco Central, o endividamento aumentou para o equivalente 45,5% da renda em fevereiro, dado mais recente disponível, ante 43,1% no mesmo período do ano passado. E cerca de 20% da renda era comprometida com o pagamento de dívidas, 0,6 ponto acima do índice de fevereiro de 2019.

Mas, ao menos em março, o efeito da pandemia foi de retração nas concessões de crédito para as famílias. Elas caíram 11,4% na comparação com fevereiro, considerando o dado com ajuste sazonal, de acordo com o BC. A autoridade monetária informou que houve redução nas concessões de crédito para compra de carro e menor uso do cartão de crédito à vista porque as pessoas podem estar adiando a compra de bens por causa da incerteza causada pela pandemia.

Fonte: Valor Econômico.

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