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Venda da JBS deixa 40% dos abates do Uruguai nas mãos de grupos brasileiros

Enquanto a cadeia de carne do Uruguai estava ainda assimilando a mudança de mãos do frigorífico Breeders & Packers Uruguay (BPU), que no mês passado deixou de pertencer ao bilionário inglês, Terry Johnson, ao grupo japonês NH Foods, outra notícia abalou o mercado: a Minerva Foods ficou com nove plantas da JBS no Paraguai, Uruguai e na Argentina, por US$ 300 milhões.

A transação inclui o frigorífico no Uruguai o Frigorífico Canelones, terceiro lugar no ranking de abates por planta, com participação de 6,3%, que agora ficará nas mãos do do Minerva. Esta operação elevará a concentração de abates no Uruguai.

Isso se soma à participação de outro frigorifico brasileiro no Uruguai, o Marfrig, que tem quatro plantas, responsáveis por 21,1% dos abates. Agora, o Minerva elevará de 12,1% para 19,4% seus abates de bovinos, de forma que os dois grupos brasileiros terão uma participação de 39,5%. Em terceiro lugar no ranking está o BPU, que acaba de ser adquirido pela NH Foods.

A Comissão de Promoção e Defesa da Concorrência do Ministério da Economia do Uruguai observou que, a priori, a normativa vigente estabeleceria no máximo, uma notificação à agência. O artigo 7 da lei prevê que as transações devem ser comunicados à agência quando a operação alcançar uma participação igual ou superior a 50% do mercado relevante, ou quando o faturamento bruto anual no território uruguaio exceder 750 milhões de Unidades Indexadas (cerca de US$ 97 milhões).

No comunicado divulgado terça-feira, o Minerva não deu nenhuma informação sobre a compra do curtume Zenda, outro ativo que o grupo JBS tem no Uruguai.

Com a operação regional, o Minerva aumentará de 17.000 para 26.000 cabeças por dia a capacidade de abate. Além disso, passará a dominar os abates no Paraguai com cinco plantas próprias e uma arrendada. Naquele país, a operação inclui uma planta modelo que o JBS montou do zero e exigiu um investimento de cerca de US$ 100 milhões. As ações comuns do Minerva subiram em 5,2% na sessão de terça-feira, atingindo um máximo de quatro meses, enquanto as ações do JBS subiram 3%.

O presidente do Instituto Nacional de Carnes (INAC) do Uruguai, Federico Stanham considerou que, em princípio, não se espera que se gerem mudanças “muito importantes” no comportamento da cadeia de carnes local. “Em todo caso, terá que ir vendo quando a operação se concretizar como o grupo Minerva atuará no Uruguai”, disse ele.

Já o representante da Federação Rural do Uruguai no Conselho do INAC, Emilio Mangarelli disse que a operação causou surpresa, embora ele tenha valorizado o fato de os problemas que afetam a JBS não tenham determinado um fechamento de planta no Uruguai.

Por outro lado, ele disse que a concentração de abates em poucas empresas leva à “preocupação”, mas observou a legislação que existe no país sobre os monopólios.

Ele acrescentou que a maior preocupação é saber qual é a situação de outras empresas brasileiras de abate e se apenas uma ou mais estão envolvidas em irregularidades como as que envolvem JBS.

O representante da Associação Rural do Uruguai (ARU) no Conselho do INAC, Ricardo Reilly, disse que, embora as concentrações de empresas “nunca seja bom” é uma tendência no mundo que envolve não só a indústria da carne.

Ele acrescentou que os estados que devem assegurar que não seja prejudicial aos princípios da livre concorrência.

Fonte: El Observador, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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