França reduz resistência e acordo entre UE e Mercosul pode avançar
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Setor rural da França resiste a acordo entre UE e Mercosul

epa01641638 Cows from the Limousin region are displayed in front of the Eiffel Tower to mark the opening of the 'Salon de l'Agriculture' Agriculture Fair in Paris, France, 20 February 2009. EPA/IAN LANGSDON

Enquanto nos meios políticos de Paris e Bruxelas a ideia de chegar a um acordo avança, entre líderes do setor rural na França a resistência permanece elevada, em especial entre produtores de gado bovino e de frango. Para eles, os dois segmentos correriam o risco de se ver desestabilizados pela entrada de carne produzida com baixo custo e normas sociais e ambientais abaixo das praticadas pela Europa.

Os produtores reclamam que a renda média da categoria na França seria de 12 mil euros por ano, e que a tendência seria de baixa com o aumento da competição. Isso porque a Europa bane o uso de ração geneticamente modificada – em especial a soja – e debate a proibição do uso do glifosato, um herbicida reputado por seus efeitos nocivos à saúde, o que implica custos mais elevados de produção.

O risco seria maior no segmento de carne de alto valor. “As exportações de países do Mercosul serão as mesmas que as do Canadá, ou seja, pedaços de carne destinados ao mercado mais caro, mas com preços muito mais baixos”, entende Baptiste Buczinski, chefe de projeto do Instituto de Criação (Idele), da França.

Sindicatos setoriais também manifestam preocupação pelo que consideram a iminência de um acordo com o Mercosul. A Confederação de Agricultores criticou a decisão de Macron de baixar a guarda e o chamou de “traidor”. “O Brasil não continua a ser incapaz de demonstrar a credibilidade do sistema de traçabilidade e de certificação sanitária das carnes? A criação sul-americana não continua a ser responsável por desflorestamento, e logo incompatível com a agricultura engajada na luta contra as mudanças climáticas?”, questionou a organização.

Fonte: Estadão, adaptada pela Equipe BeefPoint.

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