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Segundo FMI, % de gastos com alimentos diminuiu

O recente estudo não oficial do Fundo Monetário Internacional (FMI) - "O mito da estagnação da renda pós-reformas no Brasil" -, apontou que houve uma redução do percentual da renda gasto com comida à medida que a renda aumentou entre 1987 e 2003.

O recente estudo não oficial do Fundo Monetário Internacional (FMI) – “O mito da estagnação da renda pós-reformas no Brasil” -, feito pelos economistas brasileiros Irineu de Carvalho Filho e Marcos Chamon, apontou que houve uma redução do percentual da renda gasto com comida à medida que a renda aumentou entre 1987 e 2003. O fato é conhecido como a Lei de Engel, em homenagem a Ernst Engel, o estatístico prussiano que detectou o fenômeno em 1857.

De fato, a proporção de gastos com comida em relação à renda familiar caiu em todas as faixas da população naquele período, com quedas mais fortes nas camadas mais baixas. Entre os 10% mais pobres, por exemplo, os gastos com comida eram de quase 45% em 1987 e 1988, e caíram para pouco mais de 25% em 2002 e 2003.

Um dos fatores que pode explicar parte da redução dos gastos com alimentação é a queda relativa dos preços da comida em relação a outros bens no período.

Os economistas destacam que, apesar da queda na proporção da renda gasta com comida, o gasto familiar com alimentos aumentou no período. Em valores de 1996, o gasto médio mensal com comida saiu de pouco mais R$ 800 na POF de 1987-1988 para cerca de R$ 940 na de 2002-2003. O estudo mostra que o avanço no consumo no período foi maior para as famílias mais pobres do que para as mais ricas, com uma redução da desigualdade maior do que se supunha.

Segundo o estudo, a renda real das famílias brasileiras subiu 4,5% ao ano entre 1987 e 2003, muito mais do que o aumento anual de 1,5% dos números oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A tese polêmica revoluciona a visão sobre os resultados das reformas econômicas liberais e pró-mercado do fim da década de 80 e dos anos 90.

As informações são de Fernando Dantas para o O Estado de S. Paulo.

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