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Rússia pode ampliar restrições a carnes do país

A demora do Brasil em cumprir uma promessa feita para os russos há dois anos já afeta os exportadores de carne bovina do país e também pode respingar na indústria de carne suína, prejudicando um mercado responsável por 40% das exportações brasileiras do produto.

A Rússia vem demonstrando desconforto com o atraso na abertura dos mercados de pescados e de trigo do Brasil, anunciada em outubro de 2015 pela então ministra da Agricultura, Kátia Abreu. Insatisfeitos, os russos deram sinais de que poderão criar barreiras contra o setor, segundo fontes a par do tema.

Na semana passada, a ameaça começou a se materializar. O serviço sanitário do país (Rosselkhoznadzor) proibiu as compras de carne bovina do frigorífico do Mataboi em Santa Fé de Goiás (GO), e também colocou em controle reforçado – sob mais testes – quatro abatedouros de bovinos (de JBS, Frigol, Frigoestrela e Frigon) e um de suínos (Aurora). Na indústria de carne suína, a preocupação é que os russos possam ir além do controle reforçado, como sinalizaram na feira Anuga, na Alemanha.

Embora os russos sejam relevantes para o segmento de carne bovina do Brasil, sendo responsáveis por 11% dos embarques, na carne suína o quadro é bem mais crítico. O setor é dependente da Rússia.

Uma fonte a par da negociações com os russos afirma que a demora do Brasil em abrir o mercado de pescados decorre de falhas russas, como o não envio da documentos pelas empresas interessadas.

Para fontes do setor, um eventual bloqueio que vá além da unidade do Mataboi significaria um retrocesso na relação com a Rússia. No passado, os importadores russos eram conhecidos pela instabilidade, e os embargos temporários corriqueiros, sendo usados até como instrumento para barganhar.

Desde 2014, o clima entre os brasileiros e os russos é mais amistoso. Em meio à crise geopolítica na Crimeia, os russos vetaram as importações de alimentos da União Europeia e dos Estados Unidos. Nesse cenário, o Brasil ganhou espaço e dezenas de unidades foram autorizadas a vender ao mercado russo.

Neste ano, a sintonia entre russos e brasileiros ficou evidente durante a crise de credibilidade que atingiu o setor depois da Operação Carne Fraca. Na ocasião, a maior parte dos países importadores proibiu temporariamente as carnes brasileiras. A Rússia manteve as compras dos produtos brasileiros e declarou publicamente confiar na carne nacional.

Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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