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Qual é a importância da concentração de proteína na silagem?

Frequentemente, nós técnicos somos indagados pelos produtores sobre a concentração de proteína nas diversas silagens que temos no Brasil. Quando estamos discursando sobre a produção e uso de volumosos, na maioria das vezes, essa é a primeira pergunta a ser feita. Acredito que a principal razão dessa preocupação advém da situação que vivemos no passado, momento em que muito se foi discutido erroneamente sobre proteína em silagens. Diante desses fatos é de bom tom que os produtores saibam qual é a verdadeira importância desse nutriente quando pensamos isoladamente no volumoso.

Pois bem, os animais exigem vários nutrientes, mas grosseiramente falando os de ‘maior importância’ são os carboidratos e as proteínas. Se analisarmos em termos quantitativos os carboidratos são mais importantes, pois a dieta de um animal é composta por, em média, 70% deles, ou seja, eles representam dois terços de todos os nutrientes que são fornecidos ao animal. Por meio do gráfico apresentado abaixo podemos perceber tal condição.

Figura 1. Exemplo da concentração de nutrientes em uma dieta para animais de alta exigência nutricional

Captura de Tela 2014-10-29 às 13.32.40

Notem que as proteínas representam, no máximo, 16-18% do total dos nutrientes, isso se considerarmos um animal com alto desempenho, mas elas podem representar menos (10, 11, 12%) dependendo da categoria e ganhos buscados. Desse modo, a proteína passa a ser o segundo nutriente mais exigido, mas numa quantidade muito abaixo quando comparado aos carboidratos.

Isso nos leva a pensar que a primeira preocupação é atender a quantidade de carboidrato e, posteriormente, os demais nutrientes. Se chegarmos a essa conclusão, temos então que procurar qual será o ingrediente da dieta que nos fornecerá mais carboidratos, assim a resposta é: A silagem – nesse caso estamos discutindo situações em que os animais estão confinados e dependentes de silagem como volumoso.

Portanto, nós temos que potencializar a produção de carboidratos por parte da silagem, principalmente aqueles que não são considerados como fibrosos (amido; sacarose). Pouca importância deve ser dada a concentração de proteína da silagem, pois as principais culturas utilizadas no Brasil (milho, sorgo, cana-de-açúcar e gramíneas tropicais) são fornecedoras de carboidratos e não de proteína.

Quanto mais carboidrato não fibroso a forragem apresentar, menos carboidrato terá que ser proveniente do concentrado. Por exemplo: se uma silagem de planta inteira de milho apresenta alta concentração de amido, menos grão de milho moído deverá ser inserido na dieta, o que reduz os custos de alimentação.

Pensem que a situação brasileira é diferente da europeia e da norte americana, locais estes que utilizam a alfafa como volumoso. Dietas brasileiras não tem silagem ou feno de alfafa. Dietas brasileiras têm as culturas citadas acima, ou seja, fornecedoras de carboidratos.

Mas você deve estar se perguntando: E a proteína nessa história? A proteína será fornecida por meio dos ingredientes concentrados proteicos, pois a concentração de proteína em silagens de milho, sorgo, cana e capins é baixa. Somado a isso, a proteína presente nestes volumosos é de baixa ‘qualidade’. Se uma silagem de milho tem 8 ou 5% de proteína nada vai mudar no balanceamento da dieta.

Como mensagem final fica a seguinte frase: esqueça proteína em silagem e foque os seus esforços para potencializar os carboidratos!

1 Comment

  1. EFrança disse:

    Parabéns, muito esclarecedor seu artigo.

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