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Rabobank: maiores custos de produção no Brasil mantêm preços altos da carne

Os preços mundiais da carne bovina deverão se manter altos em longo prazo considerando os maiores custos para criação de gado no Brasil e a falta de um sucessor óbvio como produtor mundial de baixo custo.

Os preços mundiais da carne bovina deverão se manter altos em longo prazo considerando os maiores custos para criação de gado no Brasil e a falta de um sucessor óbvio como produtor mundial de baixo custo.

O impacto nos custos de produção de fatores como competição pela terra com produtores de grãos e açúcar, e a valorização da moeda brasileira, tem reduzido as vantagens de custos, que levou o país ao topo do ranking de exportadores de carne bovina mundialmente, disse o Rabobank.

“Os aumentos nos preços do gado brasileiro impactaram em sua competitividade no mercado mundial de carne bovina”, disse a analista do Rabobank, Wendy Voss, dizendo que uma “onda” desde 2008 tem levado os preços acima dos preços da Austrália em termos de dólares norte-americanos. “Isso seria impensável há cinco anos”.

“As regiões do norte tendem a ser mais distantes dos consumidroes e dos portos de envio de exportação”, disse Voss, notando que Rondônia fica a 2.500 quilômetros, em grande parte em estradas em más condições, de Santos, onde fica o principal porto do Brasil para a carne bovina, bem como para muitas outras commodities. “Os custos de desenvolvimento da terra tendem a ser maiores”, requerendo aplicações de cal, minerais e fertilizantes, custando cerca de US$ 600 por acre.

Mesmo assim, o rebanho bovino no norte do Brasil, incluindo Rondônia, mais que triplicou para 35 milhões de cabeças desde 1985, excedendo a população na região Sudeste, incluindo estados como São Paulo, onde o número de animais tem declinado. Os aumentos significam que “os dias de carne bovina barata e amplamente disponível do Brasil parecem ter acabado”, disse Voss. “Os preços do gado brasileiro provavelmente permanecerão acima de níveis históricos”.

Embora os maiores custos de produção do país estejam direcionando parte da demanda por carne bovina para rivais como Nova Zelândia e Uruguai, além de gigantes históricos como Austrália e Estados Unidos, “parece não haver um sucessor óbvio para a coroa brasileira”.

“Assim, à medida que a demanda por carnes nos mercados em desenvolvimento continua aumentando e a demanda nos mercados desenvolvidos se recupera, o mundo precisará pagar preços maiores pela carne bovina para estimular a oferta global de carne”.

A demanda no Brasil, que ainda consome cerca de 80% de sua produção doméstica de carne bovina, está sendo estimulada junto com o crescimento populacional por um crescente gosto por carnes, com o consumo per capita aumentando de 34 quilos em 2004 para 37 quilos em 2009.

A reportagem é do Agrimoney, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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