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Quando o agronegócio sofre com a ignorância e o preconceito – Por José Zeferino Pedrozo

O Brasil pode se orgulhar de ter uma agricultura forte, moderna, avançada e sustentável, responsável por garantir alimento farto e saudável a toda à população. Além da qualidade, o alimento produzido aqui é um dos mais baratos e acessíveis do mundo.

Foi essa condição que permitiu ao País erradicar a fome, nas últimas décadas, e não os programas sociais do Governo. Carnes, cereais, lácteos, frutas, oleaginosas, fibras, hortigranjeiros – nós somos autossuficientes em quase tudo. O mundo reconhece a pujança brasileira na produção de comida. Por isso, somos líderes na exportação de carnes e grãos.

O nível de eficiência produtiva é elevadíssimo: conseguimos tudo isso ocupando menos de 30% do território nacional. E mais: a agricultura verde-amarela é altamente sustentável. O produtor produz e, ao mesmo tempo, preserva os recursos naturais porque sabe que essa conduta assegura a perpetuação da atividade. Prova disso é que 65% do território mantêm a cobertura florestal.

Por produzir a comida boa e barata que alimenta a Nação, a agricultura e o agronegócio deveriam ser os setores mais festejados e reconhecidos da sociedade brasileira. A imprensa especializada e as autoridades do setor já manifestam esse reconhecimento, mas, amplos estamentos da sociedade expressam profunda desinformação a esse respeito.

Ignorância e desrespeito sobre a importância do agro na vida nacional é o que revela a Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense ao escolher, como tema do samba-enredo do carnaval deste ano, o agronegócio, tomando-o como responsável pelo etnocídio de índios, a poluição de rios e a destruição de florestas. Só o mais tosco dos preconceitos ou uma visão ideológica coletiva insana e destorcida conduziria uma agremiação a esse desatino: ofender, difamar e caluniar uma parcela da sociedade brasileira formada por famílias rurais cujo trabalho tornou-se o último reduto do combate à crise econômica que castiga o País.

A agricultura e o agronegócio merecem respeito. Nosso total repúdio à Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense que, neste ano, conspurca vergonhosamente os princípios de paz, respeito e harmonia do carnaval brasileiro com inverdades históricas e negação da realidade.

Por José Zeferino Pedrozo, Presidente da FAESC e do Conselho de Administração do SENAR/SC.

2 Comments

  1. Paulo Cesar Bastos disse:

    Para vencer a crise, é fundamental nos libertarmos dos mitos prefabricados. Assim, esse triste enredo com provocação ecoideológica precisa receber uma rápida resposta lógica

    Urge uma ação estratégica, por parte dos setores de marketing institucional das diversas entidades da classe produtora rural, para divulgar uma verdade conveniente e superar a ignorância fantasiada e o preconceito incompetente. Afirmar em alto e bom som: importa preservar , mas, também, produzir para progredir.

    Sustentabilidade não é sinônimo de imobilidade, ao contrário, contempla as alternativas corretas , inteligentes e coerentes para a prosperidade. É a forma de escapar do círculo vicioso do “não pode” e criar o círculo virtuoso do ” como pode”.

    Sobre o agronegócio e o meio ambiente é, ainda, oportuno lembrar que os alimentos não são fabricados ou montados. Podem ser processados, ou não, após a colheita ou criação, portanto legítimos produtos da natureza. Junto com a força do trabalho, os imprescindíveis insumos serão sempre a terra, a água e o sol. Assim, o desenvolvimento sustentável é uma necessidade do agronegócio, da agroatividade.

    Tudo isso, no entanto, precisa ser bem dito, mais escrito e bastante repetido. Sem uma comunicação eficaz e eficiente, a sociedade não tem a compreensão necessária e suficiente.

  2. Louis Pascal de Geer disse:

    As melhores estrategistas querem em primeiro lugar entender o que o oponente quer, como pense e o que fala e principalmente o que não fala. Então o que move uma escola de samba do Rio para declarar guerra contra o modelo de agropecuária no seu país que é o Brasil? Não vi nenhuma resposta, nenhuma reflexão, porque será? No mínimo é nosso dever de esclarecer a população sobre o papel fundamental que o agropecuária exerce num país mergulhado numa crise econômico e moral. Mas, vamos ser honestas e perguntar se tem algum produtor que está realmente satisfeito com o modelo de agronegócios quer temos ou será que podemos aprender algo com países que conseguem verticalizar e integrar as cadeias produtivas e de manufatura?
    Vamos procurar entender o porque do enredo e ouvir a samba, porque as vezes pode ter um recado no meio da fumaça da incompreensão que parece que existe nos ambos os lados da cerca!

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