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Projeto de escola na zona rural de Tocantins é eleito o melhor do mundo

Dos 7 aos 17 anos, 780 alunos passam as 24 horas do dia dos sete dias da semana na escola. É nesse ambiente que estudam, brincam, fazem as refeições e dormem. Ainda assim, eles tinham dificuldade de chamar esse espaço de casa.

Foto: Leonardo Finotti

Inaugurada há 44 anos, a escola da Fazenda Canuanã, na zona rural de Formoso do Araguaia, a 320 km de Palmas (TO), atua em regime de internato para acolher estudantes de localidades ainda mais afastadas.

A preocupação em transformar a escola em um lar fez com que a instituição, mantida pela Fundação Bradesco, ficasse conhecida com a construção das Moradias Infantis, um novo alojamento para os alunos, que recebeu o prêmio de Melhor Edifício de Arquitetura Educacional do mundo, da premiação Building Of The Year.

Os professores e a direção da escola sentiam a necessidade de proporcionar um ambiente com mais individualidade e privacidade para as crianças, já que eles se dividiam em quartos com 20 beliches e 40 estudantes. Para pensar um novo modelo de moradia, a fundação convidou o Instituto a Gente Transforma, do designer Marcelo Rosenbaum.

O projeto começou ouvindo as crianças para entender o que elas entendiam como necessário para transformar o dormitório em uma morada. “O que mais me tocou foi o consenso harmonioso entre eles. Os pedidos eram simples, o que eles mais pediam era que o prédio fosse mais fresco”, conta o designer. A região em que a escola está fica na faixa de transição entre o Cerrado, o Pantanal e a Floresta Amazônica, as temperaturas na região podem chegar a 38 ºC no verão.

Além de ouvir os alunos, Rosenbaum e os arquitetos do escritório Aleph Zero visitaram as casas das famílias para mapear elementos com potencial de gerar identificação e para solucionar os desafios impostos pelo clima da região.

“Visitamos populações ribeirinhas, caboclas e indígenas para fazer esse levantamento visual e cultural. A gente viu e explicamos a eles que a tecnologia existente no local, usada pelos pais e avôs deles, tem um ótimo desempenho e deve ser valorizada”, conta o arquiteto Pedro Duschenes.

Da conversa com os alunos, o projeto criou uma nova modulação para os quartos, que passaram a receber apenas seis crianças, divididos em dois pavilhões, um feminino e outro masculino. A construção usou painéis de palha trançada, tijolos de solocimento, chão de cimento queimado e madeira laminada.

“Também entregamos todo o mobiliário. Agora, cada criança tem seu próprio gavetão para guardar suas coisas, um abajur, um espelho. Em uma escola com tantos alunos, em que eles passam a maior parte do tempo de uniforme, é importante que eles tenham um momento em que possam enxergar e valorizar sua individualidade”, diz Marcelo.

Os quartos foram entregues aos alunos no início de 2017 e, segundo Ricardo Figueiredo, diretor da escola, as mudanças foram significativas e sentidas rapidamente. “Elas estão muito mais tranquilos, passaram a valorizar o silêncio, cuidam muito da estrutura. Para muitas dessas crianças, é a primeira vez que eles têm um quarto já que a maioria mora com os pais em casas de apenas um cômodo”, diz.

Fonte: Estadão, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

2 Comments

  1. Marlene K. Paarmann disse:

    A estrutura é simples e maravilhosa. Serão 750 individuos bem formados. Se ficam em regime de internato 7 dias, qdo convivem como família? Deveriam fazer um esquema para ficar com a família 2 dias da semana , ou cada 15 dias, ou pelo menos , visitação mensal, na escola ou item para a casa da família.

    • Henrique Roosevelt Franco disse:

      Eu estudei nessa instituição, porém na Fundação Bradesco Escola de Bodoquena-Miranda-Ms. Não tem jeito de passar dois dias da semana com a família ou algo parecido uma vez por mês, muitos dos adolescentes moram longe, como eu morava, cerca de 600 km de distância. Infelizmente víamos a família 4 vezes por ano ou até mesmo 5. Enfim, fico muito grato por tudo que fizeram pela minha formação e vejo que continua tornando realidade o sonho do Amador Aguiar.

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