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Pesquisa da USP prova benefícios das “carnes gourmet” da VPJ Alimentos

FILE - In this Jan. 18, 2010 file photo, steaks and other beef products are displayed for sale at a grocery store in McLean, Va. The meat industry is seeing red over the dietary guidelines. Hoping to rehabilitate its image as critics have encouraged Americans to eat less meat, the industry is swiftly and aggressively trying to discredit a government advisory panel report that they see as damaging. The report, released last month, recommends that people consume fewer red and processed meats and includes the health benefits of lean meat in a footnote, instead of as part of the main recommendations. (AP Photo/J. Scott Applewhite, File)

Uma pesquisa realizada no campus de Pirassununga da Universidade de São Paulo pode contribuir para retirar a carne bovina do patamar de vilã da alimentação moderna. Autora do experimento, a médica-veterinária, mestre em Ciência Animal e doutoranda em Zootecnia, Lenise Freitas Mueller da Silveira, identificou que a carne de novilhas filhas do cruzamento entre bovinos Angus e Nelore possui propriedades benéficas à saúde.

A fêmea resultante desse cruzamento, que no segmento pecuário é chamada de F1, é a mais utilizada pela indústria, a exemplo da VPJ Alimentos, de Pirassununga (SP), para abastecer o mercado nacional de carne Premium. Isso ocorre porque gera menos custos de produção à fazenda, acumula gordura corporal facilmente e pode ser abatida ainda muito jovem, em alguns casos excepcionais o animal é encaminhado ao frigorífico já aos 16 meses de idade.

Ao comparar a qualidade de carne de 176 bovinos abatidos aos 20 meses de idade, divididos em quatro grupos contemporâneos, formados por machos não castrados, machos castrados, machos imunocastrados – através de uma vacina específica – e novilhas, Lenise observou que o perfil lipídico das fêmeas jovens F1 é favorável à saúde dos consumidores, por apresentar maior deposição de ácido oleico e CLA.

Oleico é um ácido graxo monoinsaturado responsável pela redução dos níveis de colesterol sanguíneo e o ácido linoleico conjugado (CLA), também graxo, mas poli-insaturado, é produzido apenas por animais ruminantes, como é o caso dos bovinos, é capaz de reduzir carcinogênese e aterosclerose, diminuir a massa lipídica corporal, além de prevenir diabetes e aumentar o desenvolvimento muscular.

“Além disso, a carne de novilhas F1 apresentou uma menor relação entre ômega 6 e ômega 3, cuja recomendação médica é de 4:1. A alta ingestão de ômega 6 é associada ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares, câncer e distúrbios anti-inflamatórios”, explica a pesquisadora.

No experimento, as novilhas apresentaram uma relação de 3:1, a mais baixa entre os grupos estudados. Vale ressaltar que os animais utilizados na pesquisa foram confinados por 190 dias, 70 a mais que o ideal.

Isso foi necessário para que o grupo dos machos não castrados também atingisse o acabamento de carcaça apropriado, nome dado à deposição subcutânea de gordura, na qual a medida desejada é entre 3mm e 6mm, para que a carne não sofra choque térmico após resfriamento no frigorífico. Devido ao tempo de cocho prolongado, as novilhas da pesquisa registraram 16mm, ou seja, mesmo com acúmulo exagerado de lipídios ela se manteve saudável. Veja os dados na tabela.

“Em termos de qualidade de carne, pensando em boa deposição de gordura e em um produto que não prejudique a saúde das pessoas que a consomem, o uso de fêmeas jovens provenientes do cruzamento entre Angus e Nelore é mais indicado”, conclui Lenise, que ainda lembra dos demais nutrientes presentes na carne bovina. Ela contém a maior fonte de ferro entre os alimentos, mais que o feijão.

Fonte: Assessoria de Imprensa, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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