A pecuária brasileira corre o risco de se tornar um sério problema social, mais do que ambiental. Nos próximos cinco anos, o setor deverá liberar 30 milhões de hectares de pastagens. Destes, 6 milhões deverão ser incorporados pela agricultura, de acordo com Maurício Palma Nogueira, da Agroconsult. Essa liberação de área de pastagens deverá ser feita devido a um aumento de produtividade no setor: maior produção de carne por hectare.
O problema, segundo Nogueira, será o produtor que não conseguir acompanhar essa evolução da pecuária e ficar com uma produtividade inferior à da média do setor. “Ele será excluído da produção.”
Há grande probabilidade de o pequeno produtor estar nessa estatística e passar a fazer parte do problema social. O analista da Agroconsult alerta para o fato de que a cadeia tem margens baixas de lucratividade e riscos elevados. Quem não conseguir margens vai ficar excluído.
Boa parte das áreas de pastagens que serão desativadas virará florestas, muitas delas em áreas isoladas, sem uma conexão entre elas.
O avanço da produtividade da pecuária já pode ser visto. Em 1990, a área de pastagem era de 190 milhões de hectares, com produtividade de 1,62 arroba de carne por hectare por ano.
Neste ano, a área é de 165 milhões de hectares, e a produtividade atinge 3,88 arrobas por hectare.
Uma das alternativas para a pecuária são as exportações. O ideal seria que, até 2020, o país conseguisse colocar 3 milhões de toneladas de carne no mercado externo. As exportações vão garantir produção e expansão do setor, segundo Nogueira.
Fonte: Folha de São Paulo, adaptada pela Equipe BeefPoint.