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Pastagens com baixa produtividade, só adubo resolve o problema?

Vários produtores buscam informações para a adubação das pastagens, com o intuito de reformar ou aumentar a produção forrageira, poucos entretanto, têm demonstrado uma preocupação sistêmica para resolução de suas ansiedades.

Vários produtores buscam informações para a adubação das pastagens, com o intuito de reformar ou aumentar a produção forrageira, poucos entretanto, têm demonstrado uma preocupação sistêmica para resolução de suas ansiedades.

Se buscarmos aumentar a produtividade de nossas pastagens ou sua recuperação, sem dúvida a fertilização deve ser utilizada, porém, não podemos entender que apenas essa prática resolverá todos os problemas da alimentação do rebanho, o que em muitos casos, a mim relatados, vem frustrando muitos produtores, pois entendem que apenas com a adubação de suas pastagens, teriam resolvido seus problemas.

É indispensável que os produtores entendam, que vários fatores determinam o aumento da produtividade das pastagens, tais como: nutrição da planta, combate a invasoras, respeito ao ciclo da forrageira utilizada, estacionalidade da produção (verão e inverno), momento correto da utilização, tempo de ocupação entre outros.

Primeiramente, é importante a definição por parte do produtor, juntamente com o técnico, de qual será a produção de carne (kg de peso vivo/ha e por animal) que acham conveniente para seu sistema de produção. Institutos de pesquisa e extensão podem orientar nesse sentido, colaborando com um índice médio da região correlacionados ao sistema de produção a ser utilizado.

Após definição da produção e produtividade esperada, é importante um levantamento cuidadoso das áreas efetivas das pastagens e das divisões existentes para definição do manejo das pastagens, além de um planejamento para o controle das plantas não desejáveis dentro das pastagens.

O que é uma pastagem bem manejada? Bem, poderíamos dizer, o manejo das pastagens está ligado ao planejamento e gestão da forragem necessária, no intuito de se obter o máximo de produtividade animal ou por área. E deve também buscar a perenização da pastagem.

Um segundo passo poderá ser a redivisão em pastos menores e o controle da quantidade de animais para não haver excesso de pastejo, prejudicando o desempenho animal e a sobrevivência da espécie forrageira.

Após essas medidas, que podem ser efetuadas concomitantemente, ou em vários anos, principalmente devido à manutenção de fluxos de caixa positivos e sempre priorizando o aumento da capacidade de lotação das pastagens com o incremento de animais no sistema, é que devemos considerar uma maior intensificação na reposição de nutrientes.

É importante dizer que possíveis utilizações de fertilizantes nas primeiras etapas, devem ser direcionadas por técnicos experientes na região, sempre privilegiando a economicidade do sistema.

É essencial um planejamento físico financeiro de toda a atividade, com cronogramas de execução bem definidos, controle rígidos das operações e análises, constantes, dos eventos comparando o planejado com o executado.

11 Comments

  1. Oscar Rodrigues Alves Filho disse:

    Faz anos que faço fertilizações de minhas pastagens, embora pequenas, cerca de 7 pastos de 2,42 hectares cada, obedecendo a análises de solo todos os anos e garanto que os efeitos são altamente positivos. Porém, lendo o artigo acima, penso que faltou um quesito muito importante na exploração rotacionada. O item Gema Apical, que corresponde à hora de colocar e principalmente retirar o lote de gado do piquete em questão. Este fator é essencial para melhor aproveitamento da fertilização e recuperação da pastagem.

  2. Benedito Antonio Silva disse:

    O importante é saber o tempo ideal de uso da pastagem, ou melhor, quantos dias teremos que esperar para retornar o gado em cada pasto. Gostaríamos de saber qual o tempo correto que o capim restabelece toda sua energia após a retirada do gado da pastagem.

  3. Silvanei Aparecido Mendes disse:

    Trabalho em muitas fazendas que adotam esse tipo de manejo, e como relacionado no texto acima, tentamos relacionar todas as técnicas possíveis para que a adubação possa ser o mais aproveitável, sem dúvida que todas as técnicas quando são empregadas em conjunto, os resultados são mais satisfatórios.

  4. Clecio Augusto Cardoso disse:

    A adoção do conjunto de técnicas e práticas culturais, visam o aproveitamento máximo das pastagens, sem prejudicar o seu desenvolvimento, principalmente a sua rebrota. Com isso temos pastos produtivos e longevos, diluindo os custos na ao longo dos anos, tornando a atividade mais rentável.

  5. José Luiz Martins Costa Kessler disse:

    Parabéns Amaury!
    Excelentes observações.

    Atenciosamente,

    Eng. Agr. José Luiz Martins Costa Kessler
    Pelotas/RS

  6. Gustavo Souza A. de Moura disse:

    Gostaria de parabenizar o Amaury e dizer que falta ao produtor de um modo geral enxergar a pastagem como cultura perene. Na minha região, eles reformam uma área já pensando na próxima reforma após algum tempo, ou seja, perdem muito em termos de resultados econômicos.

  7. Roberto Euclydes de Almeida Barros disse:

    Muito bom o seu artigo. Orienta muito bem.
    As cartas do leitor resolveram minhas dúvidas.

    Imprimi o artigo e à noite lerei para os funcionários.

    Abraços, Roberto Barros, Fazenda Santa Vitória, Alto Paraíso, Paraná

  8. José de Assis Belisário disse:

    Muito interessante o artigo. Para o técnico que lê é elementar a compreensão como colocado. Acho que de uma forma mais objetiva, o Amaury poderia ter abordado o aspecto da fisiologia da planta forrageira, isto é, a questão dos meristemas apicais e axiais e o índice de área foliar remanescente, a fim de que a planta tenha um rápido estabelecimento após o pastejo, e obviamente respeitar o tempo necessário entre um pastejo e o outro subsequente.

    Eng. Agrônomo e Produtor Rural – Gado de leite.

  9. walter martins chagas disse:

    Amauri, meus parabéns pela excelente colocação, quanto as observações que o produtor tem que ter na hora de fazer seu manejo. Atento a estes pormenores o sucesso no aproveito das pastagens está garantido.

    Atenciosamente
    Walter

  10. Omar Calandreli disse:

    Amauri parabéns

    Bom gostaria de salientar ainda que cada pasto tem seu histórico, a pressão de pastejo que eu costumo trabalhar no caso do Braquiarão, é a seguinte, retirada com altura entre 20 e 25 centímetros, para que a planta não necessite tanto de sua reserva nutricional, fiz várias pesquisas de pressão de pastejo, e quando a planta perde muito suas folhas, maior o tempo de rebrota e desenvolvimento. Também notei que a resposta mais significativa a adubação foi em quantidades de nitrogênio aplicado, além da produção de massa e a elevação da proteína que através de analises apresentou ate 16% contra 9% sem adubação nitrogenada.

  11. Elson Gutemberg teixeira disse:

    Complementando o raciocinio do Sr. Omar Calandreli, em propriedades onde o sistema é intensificado e mão de obra qualificada, propriedade dividida em setores, tem-se bons resultados de ganho de peso com intervalos de pastejo de 10 dias onde animais estão sempre se alimentando de material tenro, suculento, de alta digestibilidade e com alto teor de proteína, lembrando que cada caso é um caso e que não existe uma receita pronta para isto.

    Elson Gutemberg

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