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6 de março de 2002

Amaral vai à China em busca de parcerias

Ministro quer usar país para avaliar a disposição das empresas brasileiras de ir para o exterior

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral, disse ontem que o BNDES deve anunciar nas próximas semanas novas linhas de apoio para empresas que queiram entrar em novos mercados em parcerias com companhias locais. “Pedimos ao banco, e o BNDES já está preparando uma linha justamente para melhorar as condições de penetração no mercado externo. “Ele acredita que a nova linha de crédito, cujo montante não revelou, será anunciada antes da viagem à China, entre 1o e 5 de abril, da qual participarão mais de cem empresários brasileiros.

O apoio do BNDES é parte do programa de produtos e países prioritários para as exportações brasileiras, lançado no ano passado pelo ministro. A China, aceita no fim do ano como membro da Organização Mundial do Comércio (OMC), será o país-piloto para o projeto e para a avaliação sobre o real desejo das empresas brasileiras irem para o exterior. Segundo Amaral, a China não impõe a formação de joint ventures para aumentar as importações do Brasil.

O ministro destacou as principais oportunidades de negócios do Brasil na China nas áreas de café, aeronáutica, soja e álcool, cuja tecnologia para uso combustível o Brasil detém. A China, segundo o ministro, também é mercado para suco de laranja, açúcar, carnes de boi e frango, automóveis e autopeças. “Queremos uma presença inovadora na China”, admitiu Amaral no seminário Brasil-China – Uma Parceria Estratégica.

No mesmo seminário, o cônsul geral da China em São Paulo, Shen Qing, alertou que “não se pode ficar cegamente otimista”, referindo-se às relações bilaterais. A China registra tradicionalmente déficit comercial com o Brasil, com tendência a aumentar. “Essa não é uma situação boa. Os empresários chineses vão ter reação negativa”, alertou. Ele admitiu que a China só vai importar mais do Brasil se o País comprar mais da China ou se aumentar o investimento direto no país. “O Brasil ainda não considera a China uma economia de mercado e também não levantou nenhuma ação antidumping que tem contra a China. Por causa disso, o Brasil perdeu grandes oportunidades de negócios”.

Em paralelo à visita de Sérgio Amaral à China, acontece a Feira Brasil-China em Xangai, a primeira em 18 anos. “A intenção é recuperar um mercado (o chinês), reconstruindo a imagem do Brasil na China”, afirmou o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, Charles Tang. Ele lembrou que a China tem US$ 300 bilhões em reservas internacionais e interesse em buscar projetos de investimento fora do país.

Fonte: O Estado de São Paulo (por Paula Puliti), adaptado por Equipe BeefPoint

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