O grupo brasileiro Minerva Foods anunciou o fechamento das instalações da Red Cárnica, frigorífico e sala de corte que comprou há mais de 3 anos, devido ao surto de febre aftosa registrado no ano passado na Colômbia, um problema que causou sérios prejuízos para a empresa.
A companhia, que começou a operar no município de Ciénaga de Oro em 2015, afirmou hoje em comunicado que, após o surto, parou de vender carne bovina para o Chile, um de seus mercados “mais estratégicos”.
Segundo a empresa, após o surgimento da febre aftosa, consequência direta do gado ilegal vindo da Venezuela, as vendas foram interrompidas em 3 dos 5 países para os quais a empresa brasileira poderia exportar da Colômbia por pelo menos meio ano.
“Embora o surto tenha ocorrido em uma região muito distante à operação da Minerva Foods, vários contêineres foram devolvidos pelo fechamento dos mercados. Quando o país anunciou a crise sanitária, passamos de exportar para cinco países a congelar nossas exportações, com exceção de Jordânia e Líbano, durante seis meses, demorando a retomar (as vendas) à Rússia”, explicou a empresa.
De acordo com o portal Eurocarnes, 2.000 toneladas de carne bovina deixaram de ser vendidas, tornando quase impossível para a carne bovina colombiana exportar novamente para países como o Chile e a Rússia.
A Minerva Foods também citou problemas com o fornecimento de energia e disse que o acesso à planta não é mantido pelas administrações locais. Há também a desvalorização do dólar e, por isso, pede ao governo colombiano o apoio do Fundo de Estabilização de Preços para continuar operando na Colômbia.
“A desvalorização do dólar de 10% e a falta de garantias às grandes empresas exportadoras obrigaram a Minerva Foods a fechar sua fábrica indefinidamente”, explicou a multinacional.
Com o fechamento desta empresa, 680 trabalhadores perderam seus empregos e a empresa deixará de exportar 2.000 toneladas de carne por mês, além de cerca de 400 pecuaristas colombianos deixarem de vender 17 mil cabeças por mês para a empresa.
A Colômbia vive uma situação complicada com o controle da febre aftosa em sua fronteira com a Venezuela.
Na terça-feira passada, o governo da Colômbia notificou à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) da apreensão de 15 bovinos que entraram no país, pelo departamento de Arauca, de maneira ilegal a partir da Venezuela. Todos tinham aftosa e foram sacrificados.
Fonte: El País Digital e Exame, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.