Igual a angu de caroço: Nos últimos dias o mercado do gado em Mato Grosso enfrentou um forte rebuliço. O envolvimento da maior compradora de bovinos do país em diversos problemas nacionais deixou o mercado com dificuldade em estabelecer balizas, a desconfiança dos produtores e agentes de mercado quanto a esse impacto tem inibido as negociações. Em Mato Grosso, as cotações do boi gordo a prazo chegaram a desvalorizar 1,42% na comparação entre os dias 26/05/2017 e 19/05/2017, com isso, o preço volta a patamares parecidos aos observados logo após a operação Carne Fraca. Vale ainda a ressalva de que os negócios à vista minguaram e a queda semanal deste indicador foi ainda maior (- 2,35%), atingindo o valor de R$ 121,81/@, menor cotação desde 27/10/14. Dito isto, nota-se que a “poeira” levantou mais uma vez (já é a terceira vez neste ano) para os pecuaristas de Mato Grosso e, até que a visão melhore, o indicado é esperar a “poeira” baixar.
– O preço do boi gordo e da vaca gorda obteve queda no comparativo semanal, de 1,27% e 1,81%, encerrando assim com R$ 123,43/@ e R$ 116,24/@, respectivamente.
– As negociações do bezerro nesta semana recuaram novamente, demonstrando em números a dificuldade que os produtores têm em comercializar este animal em MT, encerrando com queda de 0,53% no comparativo semana.
– O equivalente físico caiu 1,26%, em decorrência da queda nos preços de todos os cortes que o compõem, finalizando assim a média semanal com R$ 120,58/@.
– O preço do contrato futuro do boi gordo na BM&F para outubro/17 retraiu ante a semana anterior, queda de 3,97%, e fechou com média semanal de R$ 131,96/@.
FUTURO INCERTO: Com um mercado físico abalado, os contratos futuros do boi gordo na BM&F/Bovespa têm precificado este pessimismo, traçando um cenário obscuro para os próximos meses. O contrato do boi para out/17 em São Paulo, que chegou a ser negociado a R$ 173,00/@, já registra queda de 12,28% desde o início do ano, atingindo na terça-feira (23/05/17) o valor de R$ 131,63/@, o menor já registrado. Vários fatores permeiam esta desvaloriza- ção, dentre eles, os principais são: a demanda interna enfraquecida, a volta do Funrural (que já está descontado nestes preços) e o envolvimento de um grande player do mercado em escândalos junto à Justiça brasileira. Destacando apenas o último fato, nota-se que desde a divulgação deste imbróglio (18/05/17), a média diária de contratos negociados para outubro/17 quadruplicou, e a cotação deste contrato caiu 3,12% (R$ – 4,28/@) em apenas seis dias.
Observações:
8 – Considera-se para o cálculo do equivalente físico do boi gordo um animal de 17 arrobas ou 255 quilogramas de carcaça; 49% do peso advém do traseiro com osso, 39% do dianteiro com osso e 12% da ponta de agulha, todos os cortes com osso no atacado.
9 – Consideram-se para o cálculo equivalente físico do boi gordo + couro/sebo os pesos dos cortes cárneos com osso e o peso do couro e sebo obtido no abate de um bovino.
10 – Consideram-se para o cálculo equivalente físico do boi gordo + couro/sebo + subprodutos o peso dos cortes cárneos com osso no atacado, o peso do couro e sebo e os pesos dos subprodutos da indústria.
11 – Consideram-se para o cálculo equivalente dos cortes desossados + couro/sebo + subprodutos o peso dos cortes cárneos desossados no atacado, o peso do couro e sebo e o peso dos subprodutos da indústria.
12 – Para o cálculo da relação de troca entre o boi gordo e o bezerro de 12 meses considera-se um boi gordo de 17 arrobas.
Fonte: Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).