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Mercado da carne bovina no atacado – 25/09/06

Os preços da carne bovina no atacado paulista se mantiveram estáveis na semana. O fator oferta ainda é o único responsável pela sustentação dos preços, tendo em vista que a lentidão dos negócios é um indicativo de que há uma certa resistência do varejo em absorver os novos preços.

Os preços da carne bovina no atacado paulista se mantiveram estáveis na semana. Houve uma oscilação para cima no traseiro que chegou a ser negociado a R$ 4,70 e para baixo no dianteiro (para R$ 2,90), mas logo as cotações da carne com osso reestabeleceram o patamar de R$ 4,60 x R$ 3,00 na venda casada (traseiro x dianteiro) e R$ 2,30 na PA.

O fator oferta ainda é o único responsável pela sustentação dos preços, tendo em vista que a lentidão dos negócios é um indicativo de que há uma certa resistência do varejo em absorver os novos preços. O consumo tende a ser menor neste momento, sendo possível esperar uma melhora com a entrada de outubro e o aquecimento na demanda.

De acordo com as cotações da carne com osso, uma arroba do boi é negociada ao equivalente a R$ 55,16 no atacado em São Paulo. Na semana chegou a atingir R$ 55,88 com a alta no traseiro. O indicador Esalq/BM&F a vista fechou em R$ 60,59/@, R$ 5,44 acima do equivalente físico do atacado. No artigo mercado do boi gordo – 20/09/06, vimos que na média entre 2002 e 2006 o Esalq esteve R$ 6,83 acima do equivalente físico.

Gráfico 1. Equivalente físico x Esalq/BM&F


O equivalente físico é um indicador útil para se conhecer o quanto os frigoríficos estão auferindo com a venda da carne com osso no mercado interno. É normal que seja inferior ao preço do boi por se tratar de mercado interno e pelo fato de não incorporar outros geradores de receita, como os subprodutos. O fato é que acompanhar sua evolução e analisar sua relação com o boi dá uma boa referência de sustentação do mercado interno.

O mercado de carne desossada teve alta na maioria dos cortes no traseiro. A Intercarnes cotou o traseiro sete cortes na faixa de R$ 6,15 a R$ 6,20/kg no atacado, uma variação positiva de 4,22% no mês e 1,65% na semana. Dos cortes analisados, o miolo da alcatra fechou em baixa. No dianteiro, o acém permaneceu estável ao longo da semana.

Tabela 1. Cotações da carne bovina no atacado


Os frango teve alta expressiva na semana, 8,7% no congelado e 11,11% no resfriado. As exportações desse produto tiveram bom desempenho em agosto, dando espaço para as altas no atacado. No mês, o frango resfriado acumula alta de 31,15%. Atualmente, o preço do do dianteiro bovino está apenas 15,38% acima frango congelado, visto que o frango acumula maior variação no mês. De maio até hoje, o dianteiro esteve na média 36,7% acima do frango congelado e, em alguns momentos, esteve mais de 50% acima.

De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef), as exportações de carne de frango em agosto totalizaram 299.151 toneladas, com um aumento de 12,7% em relação a agosto de 2005. A receita cambial somou US$ 339,348 milhões, ou 0,42% acima da verificada no mesmo mês do ano passado.

Gráfico 2. Evolução do dianteiro (1×1) e frango congelado no atacado


As exportações do setor carnes tiveram nova queda de ritmo nos embarques na quarta semana de setembro. Entretanto, a Secex indica que, no acumulado do mês, a carne bovina exerce influência positiva nos embarques da categoria básicos. O que ainda pode comprometer o resultado no fim do mês é o número inferior de dias úteis em setembro (20 dias úteis, enquanto agosto teve 23 e setembro/05 teve 21).

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