O empresário Joesley Batista, dono do Grupo J&F, e o diretor da empresa Ricardo Saud se entregaram na tarde deste domingo, 10, à Polícia Federal em São Paulo após o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizar a prisão temporária dos dois delatores por cinco dias.
Para o ministro, há “indícios suficientes” de que ambos violaram o acordo de colaboração premiada ao omitir a participação do ex-procurador Marcello Miller no processo de delação. Fachin afirmou ainda que há indícios de que as delações ocorreram de maneira “parcial e seletiva”.
Os benefícios concedidos a Batista e Saud foram suspensos temporariamente por determinação de Fachin. Se a anulação da imunidade penal for mantida, uma das linhas de defesa analisadas pelos advogados de Joesley e da J&F é interromper a colaboração com a Justiça. Em outras palavras, colocar fim à delação premiada.
Se isso ocorrer, todos os processos e procedimentos instaurados com base nas informações prestadas por Joesley e Saud sofrerão prejuízos imediatos e deverão ser comprometidos.
Joesley e Saud se entregaram neste domingo, 10, à tarde na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo. Os delatores dormiriam no prédio e a previsão é de que eles sejam transferidos para Brasília ainda nesta segunda-feira, 11.
Em nota, o Grupo J&F declarou que seus executivos “não mentiram nem omitiram informações no processo que levou ao acordo de colaboração premiada”. No texto, o grupo assinalou ainda que os executivos “estão cumprindo o acordo”.
Fonte: Estadão, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.