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JBS prevê ciclo positivo nos EUA até 2020

À frente da JBS USA, divisão que representa 70% das vendas do grupo brasileiro, André Nogueira prevê ventos favoráveis até 2020. Isso porque o crescimento da oferta de boi gordo nos EUA tende a impulsionar a produção de carne bovina da empresa, o que deverá engordar sua geração de caixa e acelerar a redução do endividamento.

No segundo trimestre deste ano, a JBS USA registrou receita líquida de US$ 9,3 bilhões – equivalente a R$ 30,8 bilhões, considerando a cotação do dólar no fim de junho – 8% mais que no mesmo intervalo de 2016 (US$ 8,6 bilhões). No primeiro semestre, o crescimento observado foi de 7%, para US$ 17,6 bilhões.

Sozinho, o negócio de carne bovina comandado por Nogueira normalmente responde por 25% do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda). Em momento de dificuldade no Brasil como o atual alcança quase 30%.

Mesmo na Austrália, onde a produção de carne bovina caiu 10% no primeiro semestre, já é possível notar uma recuperação, disse o presidente da JBS USA. Mas o cenário se inverteu e, nas últimas semanas, o nível de produção cresceu na comparação anual. Com isso, a expectativa é que a Austrália, que está entre os maiores exportadores de carne bovina do mundo, atrás de Brasil e EUA, feche o ano com uma produção estável ou em uma ligeira queda de 2%.

A partir do ano que vem, a Austrália contribuirá com os resultados da JBS mais decisivamente. De acordo com o executivo, a rentabilidade do negócio de carne bovina na Austrália é estruturalmente mais alta que nos EUA, o que não está acontecendo agora devido à restrição de gado bovino no país. “Mas ano que vem equipara e em 2019 volta a ficar acima.”

A melhora de oferta de gado na Austrália no médio prazo só tem aspectos positivos. De acordo com ele, o crescimento da demanda na Ásia faz com que a competição entre EUA e Austrália nas exportações seja menor.

De certa forma,  isso já pode ser visto neste ano. Com a maior oferta de boi, as exportações americanas de carne bovina ao Japão aumentaram 25%, mas os australianos não reduziram as vendas. “Isso é o crescimento da demanda doméstica [do Japão] e reposição da produção”, disse, citando a queda da produção do Japão.

Por outro lado, Nogueira reconheceu que a combinação entre a maior oferta nos EUA e a menor na Austrália fez os frigoríficos do país da Oceania reduzirem os embarques aos EUA. Os australianos também perderam espaço na China, mas nesse caso para os brasileiros. De modo geral, porém, há demanda para todo os exportadores, disse.

Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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