Anunciado na manhã de ontem, o novo plano de desinvestimentos da JBS tem na irlandesa Moy Park, segunda maior empresa de carne de frango do Reino Unido, seu principal ativo. Do total de R$ 6 bilhões que a JBS informou que pretende arrecadar com o plano, mais da metade poderá vir da venda da subsidiária europeia.
O “pacote” também inclui uma participação de 19,2% na empresa de lácteos Vigor – controlada pela J&F Investimentos, holding da família Batista -, a Five Rivers, que é dona de confinamentos de gado nos Estados Unidos, e fazendas.
Segundo fontes próximas à JBS, grupo chinês WH, que controla a americana Smithfield Foods, é um possível interessado. Outros grupos estrangeiros, como a americana Tyson Foods, têm interesse na Moy Park, e a empresa também seria estratégica para a brasileira BRF, se esta estiver disposta a se alavancar mesmo em meio a seu processo de reestruturação da gestão.
Do restante do novo “pacote” colocado à venda, aparentemente o ativo que tem maior liquidez é a Five Rivers. No mercado, a avaliação é que o negócio pode atrair fundos estrangeiros que desejam investir em uma operação de renda fixa.
Com capacidade estática para abrigar mais de 1 milhão de cabeças de gado – informações disponível no site da subsidiária da JBS -, a companhia controlada pela JBS USA é vista como ume negócio de pouco risco para os compradores: o boi engordado na Five Rivers tem como destino natural os próprios frigoríficos da JBS nos Estados Unidos.
Já a participação de 19,2% da JBS na Vigor pode ser um negócio mais difícil, até porque a fatia restante pertence à J&F. A holding tenta vender a empresa de lácteos desde o ano passado – muito antes, portanto, da delação.
Em comunicado, a JBS informou que a venda dos ativos está sujeita à aprovação prévia do conselho de administração e à prévia anuência da BNDESPar.
Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.