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JBS corre para definir sucessor de Wesley

A família Batista, conselheiros e executivos da JBS correm para indicar rapidamente um sucessor para o CEO Wesley Batista, cuja prisão preventiva foi realizada ontem pela Polícia Federal no âmbito da segunda fase da Operação Tendão de Aquiles, que apura o uso de informações privilegiadas em transações com ações e dólar.

Também foi decretada a prisão preventiva de Joesley Batista, que está detido temporariamente na PF em Brasília por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de omitir informações em sua delação premiada.

Sob pressão do BNDES, que pede o afastamento da família controladora e a profissionalização total da JBS, Wesley já vinha sinalizando internamente uma preferência por ser substituído, se fosse obrigado a deixar o cargo, por Gilberto Tomazoni, que atualmente ocupa o cargo de diretor global de operações da JBS.

Assim, as prisões abriram caminho para que as mudanças ganhem celeridade. E, ainda que exista uma corrente que pregue a contratação de um executivo de peso de fora para torná-las mais marcantes, predomina o movimento que defende um nome que já esteja na JBS.

Além de Tomazoni, ex-presidente da Sadia, compõem o grupo Tarek Farahat, presidente do conselho de administração (ex-presidente da P&G), André Nogueira, que lidera as operações da JBS USA, e Gilberto Xandó, presidente da Vigor – vendida pela holding J&F para a mexicana Lala-, eleito para ocupar a vaga deixada por Joesley no conselho de administração. Ricardo Gaertner, CEO da J&F, corre por fora.

“Com a prisão do CEO da JBS, o conselho de administração da companhia é a instância adequada para escolher um administrador interino. Para o BNDES, qualquer que seja o desenrolar desse fator, contribuiria para o melhor interesse da companhia, e para sua preservação e sustentação, o início de uma renovação de seus quadros estatutários, inclusive com a abertura de um processo seletivo para a escolha de um novo CEO em caráter definitivo”, disse o banco em comunicado.

Pelo Twitter, o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, afirmou que chegou a hora de “resgatar os investimentos de todos nós brasileiros na JBS”.

Detentor de 21,3% da JBS por meio da BNDESPar, o BNDES quer que a assembleia de acionistas agendada para 1o de setembro e adiada por decisão judicial aconteça “o quanto antes e sem o conflito de interesses que seria caracterizado pelo voto dos controladores, questão que foi levantada pela BNDESPar, em conjunto com a
Caixa Econômica Federal, e acolhida pelo Judiciário de 1a instância em decisão liminar”.

É na assembleia que o BNDES, com apoio de minoritários, quer sacramentar a saída dos Batista, que têm 42,3% da JBS. “O conselho de administração tem que cuidar para que as operações da empresa sigam e se preocupar com a menor destruição de valor para as partes interessadas”, lembrou Sandra Guerra, ex-presidente do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).

“Ainda que Wesley seja respeitado no mercado, o afastamento da família poderá ser positivo para a JBS no longo prazo. Há boas alternativas na companhia, de executivos também respeitados e que têm a confiança dos Batista”, disse um analista. Essa perspectiva colaborou para alta de 2,35% das ações da empresa ontem.

Wesley Batista foi eleito presidente executivo e CEO da JBS em 2011.

Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

 

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