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Intensificação da pecuária como peça-chave na expansão da agropecuária sustentável no Brasil

No Brasil, o agronegócio possui considerável importância do ponto de vista econômico, com considerável participação no PIB (Produto Interno Bruto), geração de emprego, renda e divisas internacionais pelas exportações. Especificamente, a pecuária bovina exerce grande relevância nas exportações bem como na oferta de carne para o mercado interno.

Em 2014, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne – ABIEC (2015), a produção de carne bovina atingiu 10,1 milhões de toneladas em equivalente carcaça (TEC), sendo 2,1 milhões destinados à exportação, seguida de avanços tecnológicos na atividade pecuária, que permitiram aumentar a produção em uma área menor.

Historicamente, a evolução da pecuária nacional sempre acompanhou a ocupação territorial, expandindo a produção e promovendo o desenvolvimento econômico de diversas regiões brasileiras. Estima-se que, de 2010 a 2013, a área alocada para pastagens ocupou de 19% a 23% de todo o território nacional, o que representa entre 164 e 198 milhões de hectares, dependendo da fonte considerada. Estimativas da Agroicone apontam para redução da área de pastagens em 4,1 milhões de hectares no Brasil entre 1996 e 2013.

Embora em algumas regiões a área de pasto tenha aumentado, sobretudo em regiões de fronteira agropecuária e até então cobertas por vegetação nativa (como na região Norte), na maior parte do Brasil houve significativa redução das áreas de pastagens. Em razão da melhoria das tecnologias adotadas na atividade pecuária, o que permitiu aumentar a produção em uma área menor.

Considerando a importância do agronegócio no Brasil e os recentes esforços para redução no desmatamento nacional, a abordagem apresentada inclui estimativas dos impactos da implementação do Código Florestal (Lei nº 12.651/2012) e da redução do desmatamento, considerando a expansão de longo prazo das principais atividades agropecuárias do Brasil.

O Brasil possui no Código Florestal e na redução do desmatamento uma oportunidade única de conciliar produção com conservação ambiental, trazendo diversos benefícios econômicos, sociais e ambientais. A cadeia produtiva da pecuária bovina está à frente destas questões, especialmente pelas ações já em andamento e pela oportunidade de intensificação produtiva em larga escala, que praticamente não existe em outros setores.

O Estado de Mato Grosso, como exemplo explorado neste resumo, lançou o Programa PCI (Produzir, Conservar e Incluir) durante a COP21 em Paris, em dezembro de 2015, liderando as metas de longo prazo para o desenvolvimento sustentável da agropecuária.

Este documento apresenta o resumo de três estudos da Agroicone, com as seguintes mensagens-chave:

a) A intensificação da produção pecuária é fundamental para a expansão da agropecuária, redução do desmatamento e implementação do Código Florestal no longo prazo;

b) A intensificação da pecuária é economicamente viável, mas uma escala mínima é necessária;

c) A expansão da atividade pecuária somente é viável pela valorização da terra (e não pela atividade em si);

d) Pastagens de baixa produtividade podem ser substituídas por lavouras e florestas plantadas tendo em vista a otimização dos retornos e a regularização ambiental (estudo do caso de Mato Grosso);

e) Investimentos devem ser destinados para a intensificação da pecuária em clusters produtivos, buscando a originação sustentável.

Autores: Leila Harfuch, Luciane Chiodi Bachion, Marcelo M. R. Moreira, Laura Barcellos Antoniazzi, Rodrigo C. A. Lima, Gustavo Palauro, Willian Kimura, Wilson Zambianco, Karine Costa, Mariane Romeiro, Iara Yamada Basso.

Fonte: www.inputbrasil.org.

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