A inflação oficial brasileira, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 0,19% em agosto, informou o IBGE nesta quarta-feira. No acumulado em 12 meses, a alta é de 2,46%, a menor desde fevereiro de 1999, quando ficou em 2,24%. Para meses de agosto, a taxa é a menor desde 2010 (0,4%).
O resultado ficou bem abaixo da expectativa de analistas, que, segundo levantamento da Bloomberg, projetavam avanço de 0,3% no mês e de 2,58%, em 12 meses. Em julho, o IPCA registrou alta de 0,24%.
O resultado foi influenciado pela queda nos preços dos alimentos. O grupo registrou queda de 1,07%, a quarta deflação seguida da categoria. Os destaques foram as quedas no feijão carioca (-14,86%), tomate (-13,85%), açúcar (-5,9%) e leite longa vida (-4,26%). Os preços menos salgados são resultado da safra recorde de produtos agrícolas: quanto mais produtos no mercado, mais baratos para o consumidor.
O recuo nos preços de alimentos foi tão intenso que anulou completamente a alta dos combustíveis, que deveria ser a principal vilã da inflação de agosto. No mês passado, os combustíveis registraram aumento de 6,67%, resultado da elevação da alíquota de PIS/Cofins sobre gasolina, etanol e diesel.
Em 12 meses, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) desacelerou para alta de 1,73%. O indicador reflete a alta de preços sentida pelas famílias que ganham até cinco salários mínimos e é usado como referência para reajustes salariais.
A desaceleração do INPC é um dos fatores por trás do aumento real da renda do trabalhador que, na prática, ganha mais poder de compra com uma inflação mais controlada. Em agosto, o índice registrou deflação de 0,03%, influenciada pela queda de 1,18% dos alimentos.
Fonte: O Globo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.