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Índice de Confiança do Agronegócio caiu para 92,4 pontos no segundo trimestre de 2017

Índice de Confiança do Agronegócio (IC Agro), medido pelo Departamento do Agronegócio da Fiesp (Deagro) e pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), caiu para 92,4 pontos no segundo trimestre de 2017, uma queda de 8,2 pontos comparada ao trimestre imediatamente anterior, quando havia registrado 100,5 pontos.

O resultado é o mais baixo desde o 2o trimestre do ano passado, ocasião em que os produtores, indústrias e cooperativas que compõem o agronegócio iniciaram uma fase otimista. Nesse período, o índice havia registrado 102,1 pontos. De acordo com a metodologia do estudo, pontuação acima de 100 pontos corresponde a otimismo e resultados abaixo disso indicam baixo grau de confiança.

Índice da Indústria (Antes e Depois da Porteira): 96,0 pontos, queda de 8,3 pontos.

O Índice de Confiança das Indústrias inseridas na cadeia produtiva do agronegócio ficou abaixo do registrado no primeiro trimestre do ano. Um dos fatores que mais pesaram para a piora na avaliação dos empresários e executivos foi as condições gerais da economia brasileira.

Indústria Antes da Porteira (Insumos Agropecuários): 93,8 pontos, queda de 15,5 pontos.

A perda de entusiasmo transparece nas empresas de insumos agropecuários, como fertilizantes e defensivos, principalmente.
Para fertilizantes, as entregas recuaram 3,9% no segundo trimestre deste ano, contra o mesmo período de 2016. Já o setor de defensivos carrega um volume considerável de estoque do ano anterior.

Ao mesmo tempo, a comercialização de soja e milho, muito lenta no período, prejudicou as aquisições de insumos, que ocorreram em uma intensidade menor do que a esperada. Os produtores aguardaram um pouco mais para realizar as suas compras, na expectativa de uma reação de preços dos grãos e uma melhora nas relações de troca, desfavoráveis até então em comparação a períodos anteriores.

Outro aspecto a se considerar é que a coleta de dados ocorreu após 19 de maio, coincidindo com o período em que o real se desvalorizou frente ao dólar. O câmbio é um aspecto essencial para as empresas de insumos, cujas matérias-primas são em grande parte importadas – a alta do dólar impacta, portanto, os custos.

Com a reversão do cenário de queda de preços de grãos, ocorrido no início de julho, é possível que os produtores voltem às aquisições, o que gera uma perspectiva mais otimista para a próxima tomada.

Indústria Depois da Porteira (Alimentos): 96,9 pontos, queda de 5,1 pontos.

Para a indústria Depois da Porteira (alimentos, principalmente), a queda no 2o trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior foi de 5,1 pontos, para 96,9 pontos, mostrando-se também abaixo do patamar otimista. A percepção dessas empresas sobre a economia brasileira piorou no período avaliado e também houve perda de confiança em relação ao setor em que atuam.

Existia uma expectativa de crescimento mais expressivo da economia, o que impactaria diretamente essa indústria, a partir da recuperação do poder de compra da população. É válido ressaltar que 60% do PIB sob a ótica da demanda é formado pelo consumo das famílias, que gastam, em média, cerca de 20% da sua renda na aquisição de alimentos. Dessa forma, toda melhora do cenário econômico se reflete diretamente nesse setor e a indústria de alimentos esperava um crescimento mais robusto, que não se confirmou até o momento.

Somado a isso, a avaliação sobre as condições do setor foi contaminada pela postura do Banco Central, de retirar o crédito com recursos obrigatórios, tanto das cooperativas quanto das indústrias de alimentos.

Índice do Produtor Agropecuário: 87,3 pontos, queda de 8,1 pontos.

O índice do Produtor Agropecuário também recuou no atual levantamento. Esse resultado foi acentuado pelo Produtor Pecuário, que marcou 80,2 pontos, o que significa quase 20 pontos de queda na comparação com o mesmo período de 2016.
Produtor agrícola: 89,7 pontos, queda de 7,7 pontos.
Para o produtor agrícola, a produtividade continua como o item mais bem avaliado, marcando 137,5 pontos, no maior patamar histórico.

Ainda assim, pesaram fatores como a piora na percepção da economia, além da queda muito acentuada dos preços no período. Dessa forma, culturas que em 2016 tiveram forte destaque positivo, como a laranja, café e cana-de-açúcar, este ano lidam com preços em baixa. Essa queda de preços também ocorreu de maneira muito expressiva nos grãos, em especial no segundo trimestre.

A extensão dos problemas climáticos enfrentados pelos EUA influenciará os patamares de preços dos grãos para os próximos meses. Este fato, somado a alguma melhora no cenário político, poderá levar o índice a encerrar o terceiro trimestre invertendo a curva, depois de três quedas consecutivas.

Produtor Pecuário: 80,2 pontos, queda de 9,3 pontos.

O baixo patamar de confiança do produtor pecuário é resultado da combinação de fatores como a suspensão das exportações para os EUA, a operação carne fraca, a situação da empresa líder do setor, que possui presença majoritária em vários estados, gerando insegurança na comercialização e queda de preço acentuada.

Este cenário levou à forte desconfiança do pecuarista em relação ao próprio setor, variável esta que registrou queda de 17,3 pontos na comparação com o primeiro trimestre, para 78,6 pontos. O quadro preocupa especialmente quando o produtor aponta para um resultado ainda pior em relação às expectativas futuras. A queda no índice da pecuária só não foi mais acentuada por conta do leite, que se manteve estável.

Clique aqui para ter acesso ao estudo completo.

Fonte: Fiesp, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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