Os cortes bovinos uruguaios querem se diferenciar ainda mais na China, explorando o atributo da rastreabilidade individual obrigatória que tem todo o rebanho bovino.
“No futuro, quando um consumidor chinês for ao supermercado, poderá ler com seu celular um código QR e verá muitas informações sobre o produto, porque tem a rastreabilidade do campo que se une à rastreabilidade industrial gerada através do sistema de caixas negras”, explicou o gerente geral do Instituto Nacional de Carnes (INAC), Fernando Gil.
A certificação será voluntária e opcional para exportadores uruguaios que comercializem habitualmente seus produtos de carne no mercado chinês.
Este progresso será possível através da instalação de uma certificação chinesa no Uruguai, que com o apoio do INAC, procurará facilitar a entrada de carne uruguaia nos portos chineses, mas sempre o Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca será o que manterá autonomia nas certificações de produtos.
O presidente do INAC, Federico Stanham, lembrou que no início deste ano, o ministro Tabaré Aguerre esteva na China em missão oficial e gerou interesse no certificador chinês com base na rastreabilidade uruguaia.
“Este certificador veio se instalar no Uruguai e a questão era gerenciar sua instalação da maneira mais alinhada com os interesses do país. Nesse sentido, o INAC vem trabalhando desde maio, há um memorando assinado e o que temos que fazer é implementar a maneira como este certificador pode fazer a informação sobre a rastreabilidade para dar uma determinada certificação aos lotes que serão exportados do Uruguai.”
A China é o principal importador de alimentos do mundo e tem seus portos saturados de contêineres. À medida que o poder de compra dos consumidores cresce, o consumo de proteína animal aumenta.
Para evitar esta aglomeração de contêineres nos portos chineses, o governo desse país “começou a instalar esses certificadores nos portos de saída nos países que exportam. Com isso, o que eles fazem é ter uma inspeção minuciosa para poder fazer uma entrada mais rápida nos portos de chegada. Não é que esta mercadoria não tenha qualquer tipo de inspeção quando chega no porto, mas a inspeção é muito menor porque existe todo um sistema de respaldo onde a mercadoria vem com muita informação que a torna muito mais segura e se perdem menos dias no porto para entrar.”
Fonte: El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.