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29 de setembro de 2017
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IBGE: rebanho de bovinos tinha 218,23 milhões de cabeças em 2016

Panorama da pecuária brasileira em 2016

Em 2016, o Produto Interno Bruto – PIB caiu 3,6%, e o valor adicio- nado da agropecuária teve retração de 6,6%, conforme indicaram as Contas NacionaisTrimestrais do IBGE. A retração na agropecuária foi ocasionada principalmente pela quebra na safra de grãos devido a problemas climáticos, afetando também os custos de produção das atividades da pecuária.

O efetivo de bovinos atingiu a marca recorde de 218,23 milhões de cabeças, porém houve nova redução no abate da espécie e queda nas exportações. A oferta de animais prontos para o abate e para re- posição continuou restrita em função do grande abate de matrizes nos anos anteriores, elevando o preço da arroba e do bezerro.

A pecuária leiteira registrou nova queda do número de vacas ordenhadas e da produção de leite. A baixa oferta de leite no campo reduziu a captação pelas indústrias e impulsionou o preço do litro do produto pago ao produtor.

Apesar dos custos de produção em alta, os efetivos de galiná- ceos e suínos apresentaram aumentos em relação ao ano anterior, alcançando também o recorde na série histórica do abate de frangos e suínos. As exportações de carne dessas espécies também foram maiores que em 2015. A maior demanda por carne de frango e suína refletiu a opção do consumidor por proteínas de origem animal mais em conta comparada à carne bovina.

Efetivos e produção pecuária Bovinos

Em 2016, o efetivo brasileiro de bovinos foi de 218,23 milhões de cabeças, represen- tando um aumento de 1,4% em comparação com o ano anterior.
No Gráfico 1, pode-se observar a variação anual do efetivo de bovinos no período de 1985 a 2016. A última queda ocorreu em 2012 (-0,7%), ano em que a agropecuária passou por cenário desfavorável, principalmente em função das variações climáticas.


Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Pesquisa da Pecuária Municipal 1985-2016.

O Centro-Oeste continuou a liderar o plantel de bovinos entre as Grandes Regi- ões, com 34,4% do total nacional e crescimento de 3,3% em relação ao ano anterior. A presença de áreas favoráveis à criação extensiva, aliada à proximidade de grandes centros de produção de grãos e agroindústrias favorece tanto a criação de animais a pasto, como a instalação de confinamentos orientados para o período de engorda dos animais. A instalação de frigoríficos na região facilita o escoamento da produção de carne para outros estados e para a exportação. O Cartograma 1 ilustra a relação entre o efetivo e o abate de bovinos nas 27 Unidades da Federação.

A Região Norte registrou 47,98 milhões de cabeças de gado, o segundo maior efetivo do País, com variação positiva de 1,7% em relação a 2015. O Sudeste e o Sul apresentaram crescimentos no efetivo de, respectivamente, 0,8% e 0,5%, enquanto a Região Nordeste foi a única que sofreu redução (2,1%).

Mato Grosso foi o estado com o maior plantel bovino, abrigando 13,9% do total brasileiro. O estado registrou um somatório de 30,30 milhões de cabeças de gado, aumento de 3,2% em comparação com o ano anterior. Minas Gerais, Goiás e Mato Gros- so do Sul contribuíram, nesta ordem, com 10,8%, 10,5% e 10,0% do efetivo nacional.

Nos últimos anos, é possível observar um deslocamento da produção de bo- vinos para o Norte do País, o que se deve, em parte, aos baixos preços das terras, disponibilidade hídrica, clima favorável e abertura de grandes plantas frigoríficas. Em contrapartida, tem-se verificado estagnação da bovinocultura de corte nas Regiões Sul e Sudeste, contribuindo para o deslocamento desta para as demais regiões (Gráfico 2).

Em nível municipal, os maiores efetivos estavam localizados em São Félix do Xingu (PA), Corumbá (MS), Ribas do Rio Pardo (MS), Cáceres (MT) e Marabá (PA). Dentre os 20 municípios com os maiores efetivos, 13 situavam-se no Centro-Oeste; seis no Norte; e um no Sul do País. Em 2016, 5 531 municípios apresentaram criação de bovinos.

Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (United States De- partment of Agriculture – USDA) apontam o Brasil como o detentor do segundo maior efetivo de bovinos do mundo, sendo responsável por 22,2% do rebanho mundial, atrás apenas da Índia. O País foi também o segundo maior produtor de carne bovi- na, responsável por 15,4% da produção global. Os Estados Unidos (maior produtor mundial), o Brasil e a União Europeia, juntos, representaram quase metade de toda a carne produzida no mundo em 2016.

De acordo com o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, em 2016 as exportações de carne bovina brasileira in natura somaram 1,08 milhão de toneladas com um valor de R$ 4,35 bilhões, representando queda de 0,1% em volume e 6,7% em faturamento.

Bubalinos

Em 2016, o efetivo brasileiro de bubalinos foi de 1,37 milhão de cabeças, se mantendo estável em relação ao ano anterior.

A Região Norte concentrou 66,2% da criação de búfalos nacional, enquanto o restante do efetivo ficou distribuído entre as Regiões Sudeste (12,7%), Nordeste (9,5%), Sul (7,4%) e Centro-Oeste (4,4%).

O Pará foi responsável por 37,9% de todo o efetivo do País, seguido pelo Amapá (21,6%), representando juntos 89,9% do rebanho da Região Norte e 59,5% do rebanho na- cional. Dos dez municípios com os maiores efetivos, seis estão no Pará e quatro no Amapá.

Em termos municipais, a primeira posição ficou novamente com o Município de Chaves (PA), com 160,85 mil animais, seguido por Cutias (AP) e Soure (PA). No total, 2 735 municípios apresentaram criação de bubalinos em 2016.

Confira o relatório completo do IBGE.

Fonte: IBGE.

3 Comments

  1. celso de almeida gaudencio disse:

    O levantamento continua não separando os bovinos de corte dos de leite, não permitindo avaliar índices técnicos.

  2. Eric Eduardo Bernardes de Paiva disse:

    Mostramos pro mundo que temos 68% dos nossos biomas preservados e o nosso país é uma grande Fazenda com 5000 e poucas cidades no meio.

    • Jecutiel disse:

      Poderíamos dobrar o rebanho e produção sem aumentar as terras exploradas. Mas poderíamos quintuplicar se usássemos “nossas terras” que ficam preservadas para o interesse de outros países. Eles não preservaram os biomas deles e não precisamos preservar todo o nosso. Sem contar com o subsolo (riqueza incalculável que estamos preservando pra que?).

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