O BeefPoint já publicou diversos artigos apresentando casos de sucesso e experiências com cruzamentos de bovinos de corte, mas hoje, optamos por reunir uma série de opiniões de profissionais, professores e produtores para discutirem a seguinte questão: Cruzamento entre bovinos europeus x continentais, será que é uma tendência que veio pra ficar?
Por Pedro de Felício, professor e pesquisador, referência em qualidade da carne
Tem uma história muito boa do que aconteceu nos EUA no final dos anos 60, décadas de 70 e 80, depois parece ter perdido força.
Os americanos perceberam que as raças britânicas eram precoces demais na engorda, mas de pequeno a médio porte não davam carcaças pesadas, ou davam mas engordavam demais.
Aí começaram a introduzir sêmen de raças francesas e suíças. Foi um show, acertaram em cheio, os F1 eram pesados, musculosos, com um pouco menos de marbling, mas dava para levá-los a um peso maior e assim acumulavam um pouco mais de gordura.
Eu fui ver um concurso de carcaças em 1977 e fiquei impressionado com os novilhos, novilhas e as carcaças. De cair o queixo!
Aqui pensaram que a solução também estava nas continentais para cruzar com zebuínos, mas deu tudo errado! Aí descobriram que o certo era usar britânicas que aumentavam a gordura no cruzamento.