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Frigoríficos buscam saídas para reduzir alavancagem

Nos maiores frigoríficos do país, a ordem é desalavancar. A safra de balanços concluída na última semana mostrou que JBS, BRF, Marfrig e Minerva – todas listadas na B3 – apresentaram índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda nos últimos doze meses) superior a quatro vezes, nível elevado para um negócio de commodities.

Para levar o endividamento a patamares mais confortáveis, os frigoríficos terão – com exceção da Minerva – de recorrer a vendas de ativos ou de participações em controladas.

Em meio às turbulências após a delação de seus controladores, a JBS deflagrou o plano mais agressivo do setor para reduzir o endividamento. Em julho, a empresa embolsou cerca de R$ 1 bilhão pela venda dos ativos no Mercosul à Minerva.

Além disso, a JBS pretende obter R$ 6 bilhões com a venda de ativos. Aos poucos, o plano está evoluindo, e a companhia já acertou a venda de sua participação na Vigor, por R$ 780 milhões, à mexicana Lala. A expectativa é que a venda da Moy Park, que pode render 1 bilhão de libras (o equivalente a R$ 4 bilhões), tenha um desfecho até o fim de setembro.

A JBS também é beneficiada pelo momento favorável dos negócios nos EUA, que devem reportar margem recorde no terceiro trimestre, contribuindo para a geração de caixa e a redução do endividamento. Também por isso, a empresa espera reduzir a alavancagem para 3,5 vezes já neste ano, e não só em 2018, como foi acordado com os bancos.

Afora isso, a JBS também conta com a melhora da Seara, que sofreu com a disparada do milho em 2016, o que teve reflexo sobre o Ebitda e, consequentemente, sobre a alavancagem. Líder em carne de frango, a BRF também deverá se beneficiar da queda dos preços do cereal no país.

Na Marfrig,  a redução da alavancagem deve vir com os recursos do IPO da subsidiária americana Keystone nos EUA. A intenção da Marfrig, que quer atingir uma alavancagem de 2,5 vezes até o fim de 2018, é fazer o IPO ainda neste ano, ressaltou Eduardo Miron, vice-presidente de finanças e relações com investidores da empresa. Para o BTG Pactual, o IPO da Keystone é “mandatório” para a redução da alavancagem da Marfrig.

Entre os frigoríficos, a Minerva é a única que não está vendendo ativos ou participações. A empresa aposta na força dos ativos para gerar caixa, e nas sinergias que serão obtidas nos frigoríficos comprados da JBS.

O diretor de finanças da Minerva, Edison Ticle, afirmou que as estimativas iniciais de sinergias feitas pela empresa foram “bem conservadoras”. Ele não estipula metas, mas analistas apontam que a Minerva pode atingir uma alavancagem de 3 vezes ao longo do próximo ano.

Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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