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Frigol reduz abates e fatura menos

A apreciação do real frustrou o plano do Frigol de impulsionar as exportações e contornar o fraco consumo no mercado brasileiro. Diante disso, a companhia reduziu o ritmo dos abates de bovinos, derrubando o faturamento em 2016.

Em 2016, o Frigol teve faturamento bruto de R$ 1,3 bilhão, redução de 4,9% na comparação com os R$ 1,4 bilhão do ano anterior. Por sua vez, os abates de bovinos nos três frigoríficos da companhia diminuíram 10%, totalizando 406 mil cabeças.

“Em razão do contexto negativo, os números são positivos”, ponderou ao presidente do Frigol, Luciano Pascon. Segundo ele, a retração do consumo de carne bovina no país deve ter beirado 20% no último ano, desempenho pior que o resultado reportado pela empresa.

Embora tenha enfatizado o melhor desempenho em comparação ao tombo do setor no país, Pascon reconheceu que a redução nas vendas fez o companhia interromper o “ciclo consistente de crescimento de receita”, que vinha desde 2010.

Além do óbvio impacto do fraco consumo no mercado doméstico, o Frigol também viu a rentabilidade da exportação, que era a principal aposta da companhia em 2016, deteriorar-se devido à valorização do real ante a moeda americana.

Em janeiro do ano passado, Pascon projetou que os embarques ao exterior representariam 30% do faturamento do Frigol. No entanto, o dólar se desvalorizou ao longo do ano e as exportações do Frigol representaram 20% do faturamento em 2016. Em dezembro, a fatia dos embarques ao exterior representou bem menos, 13%.

Pelos cálculos do executivo do Frigol, o dólar tem de estar perto dos R$ 3,50 para que a exportação compense. Caso contrário, comercializar no varejo brasileiro é mais rentável. Em alguma medida, foi o que a empresa fez no ano passado, mesmo com a recessão.

Segundo ele, os preços da carne bovina – sobretudo dos cortes para churrasco -, subiram no mercado interno no último trimestre de 2016, o que ajudou o desempenho do frigorífico. Com a redução do abates de bovinos em todo o país, a carne ficou mais escassa e os preços subiram.

Na avaliação de Pascon, as vendas de cortes premium e a estratégia de fidelidade no fornecimento de carnes para açougues de supermercados – a maior parte no interior de São Paulo -, amenizou a queda da margem do Frigol. No ano passado, as vendas de carnes premium e dos itens comercializados nos açougues dos supermercados fidelizados representaram 12% da receita do Frigol, ante cerca de 5% em 2015. Mesmo assim, a margem Ebitda da empresa recuou de 6,5% para 8,2%.

Para 2017, o presidente do Frigol projeta um crescimento de 10% no faturamento, para R$ 1,5 bilhão. Mas ele ressalvou estar “cauteloso”. A expectativa de Pascon é que a maior oferta de boi gordo poderá contribuir para a redução do preço do animal em 2017, o que é positivo para os frigoríficos. Nesse processo, a queda tende a chegar aos preços da carne bovina, o que poderá estimular o consumo no Brasil.

Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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