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Financial Times : economia brasileira é “bicicleta difícil de pedalar”

A forte valorização do real e o aumento da disponibilidade de crédito como consequência do grande fluxo de capitais para o Brasil ameaçam interromper o ciclo de crescimento econômico do país, segundo adverte um editorial do jornal britânico Financial Times publicado nesta sexta-feira (08).

A forte valorização do real e o aumento da disponibilidade de crédito como consequência do grande fluxo de capitais para o Brasil ameaçam interromper o ciclo de crescimento econômico do país, segundo adverte um editorial do jornal britânico Financial Times publicado nesta sexta-feira (08).

Em um texto intitulado “Feridas brasileiras”, o jornal compara a economia brasileira a uma bicicleta. “Ela funciona enquanto estiver em movimento”, diz o editorial. “Agora, porém, está ficando mais difícil pedalar.”

O jornal observa que o real se valorizou 40% em termos reais desde 2006 e que no mesmo período as importações brasileiras quase dobraram, enquanto as exportações cresceram apenas 5%.

“A única razão pela qual o déficit em conta corrente brasileiro não explodiu são os altos preços das commodities. Mas esse boom pode não durar para sempre”, alerta.

Crédito

A liquidez em abundância também ajudou a impulsionar o crédito doméstico, mas os consumidores brasileiros agora parecem estar sobrecarregados, gastando mais que um quarto de suas rendas para o pagamento de empréstimos – nível superior ao verificado nos Estados Unidos no período anterior à crise de 2008.

Para o jornal, o crescimento do crédito no Brasil somente pode ocorrer se a renda também continuar a crescer.

“É aí que a bicicleta econômica se depara com a trincheira da guerra cambial”, afirma o jornal, observando que o aumento da renda eleva a demanda e a pressão inflacionária, exigindo o aumento dos juros, que atraem mais capital externo, elevando ainda mais a cotação da moeda, aumentando com isso a atração das importações e prejudicando a competitividade das exportações.

“O resultado é um déficit em conta corrente mais amplo, e um limite no crescimento exigido nos salários para manter o crédito doméstico crescendo com segurança”, diz o jornal.

Soluções

O editorial afirma que uma das maneiras de contornar o problema seria conter a valorização da moeda, mas observa que o governo brasileiro já tentou medidas como controles parciais de capitais e grandes intervenções no mercado cambial, mas sem sucesso.

Outra possibilidade seria o corte de gastos públicos, dificultados pelo Congresso.

Um terceiro caminho seria a elevação dos impostos sobre o setor de commodities, mas o texto observa que mesmo outras economias ricas em commodities e com melhor administração, como o Chile e a Austrália, estão sofrendo com problemas semelhantes e que os problemas no Brasil são mais agudos por causa do tamanho da economia do país.

O editorial conclui dizendo que “a bicicleta brasileira ainda não está arriscada a parar”. “Mas está balançando”, finaliza o texto.

As informações são do BBC Brasil, adaptadas pela Equipe AgriPoint.

0 Comments

  1. Evándro d. Sàmtos. disse:

    Pois é,ai esta mais um aviso,e o que será feito?

    Infelizmente creio que nada.Visto que o necessário a ser feito depende de vontade política,e as pessoas,políticos,ou de alguma forma ligadas a política,que se locupletam deste arcaico sistema,não desejam mudanças.

    Nossa poupança é pífia,nossos gastos públicos e endividamento da máquina publica são imensas,a corrupção é endêmica,o partido em situação já há quase 9 anos,só pensa em enriquecer seus cartolas…

    Nossas taxas de juros,Celic,são as maiores do mundo,pagamos muito caro pelos empréstimos,por este motivo os investimentos privados também são apenas os imediatamente necessários,por conta das altas taxas também somos o paraíso do capital especulativo,as bolhas só fazem crescer.

    Os problemas são estruturais:

    Reforma tributaria,reforma fiscal,reforma trabalhista,reforma política,reforma do INSS,e outras reformas.Que todos dizen-se a favor,mas que nunca sai de onde esta.

    Não existe investimento em educação,cultura,tecnologia e ciências,somos meros produtores e exportadores de COMMODITIES.Ou seja,produtos sem valor agregado,somos apenas o celeiro do mundo,são décadas e gerações perdidas.QUANTAS MAIS?!

    Até hoje vivemos o coronelismo,onde os senhores feudais ficam cada vez mais ricos e o povo que se dane.

    Não existe,até o momento,luz no final do túnel para o Brasil.

    É lamentável que aquilo que poderia ser o inicio do inicio de um Brasil melhor,de um Brasil para os brasileiros,acabe mais uma vez sendo apenas mais um inicio de curta duração,o inicio de um novo e rápido fim…

    Sem mudanças na estrutura,qualquer mudança é apenas historia para boi dormir.

    Temos que nos orgulhar de ser o país que nivela,sempre,seus concidadãos por baixo?!

    Saudações,

    EVÁNDRO D. SÀMTOS.

  2. Vinicius Henrique Menani disse:

    Não é só os politicos que são culpados pelos problemas no pais, eles são responsavei apenas de um terço dos defeitos deste pais, as outras partes os responsaveis e a população, que nunca fez nada a respeito! Até quando os deputados almentaram os salarios deles em mais de 50%, só teve um pequeno grupo de adolecentes que levantaram a voz, o que o resto do povo fez? NADA!

    Os politicos vão continuar a fazer o que querem pois o povo brasileiro não tem interesse em mudar, o pais pertence ao povo, se queremos mudança, não devemos esperar  que os politicos resolvam agir, mas o povo é que deve agir, e em um pais onde a população pensa que não é problema dele, enquanto não interferir no churrasco semanal ou no estilo de vida, não pensa em agir e nem pensa em mudar!

    Só vai fazer algo quando for tarde demais, quando o pais quebrar, o que não está longe, pois com a copa e a olimpiadas que vão ser realisadas aqui no Brasil, vai fazer a moeda se valorizar ainda mais, fazendo como o jornal britânico Financial Times diz: a bicicleta brasileira ainda não está arriscada a parar”. “Mas está balançando”.

  3. Wagner Alexandre Gava disse:

    Acordar?! Um país onde uma manifestação contra o corporativismo politico reune apenas 19 pessoas? Foi assim a manifestação em São Paulo. O sr. Sàmtos tem razão para se procupar, pois repete-se, pelas mãos dos parceiros PT/PMDB, o mesmo ocaso de uma tentativa de melhorar as condições financeiras e sociais dos brasileiros que aconteceu em 86 com o plano Funaro, pois um “patriota”, sr. Ulisses Guimarães, queria que seu “partido” se perpetuasse na história. Conseguiu as custas de bois presos, hiperinflação, poupança louca e outras desgraças mais. levamos quase 20 anos para voltarmos aos trilhos do desenvolvimento e, novamente, por sede de poder de um partido, vamos “descarrilar”. Reforma no Brasil, só se for na casa ( mansão ) destes legisladores nacionais; onde reformas são necessárias, nécas! Nossas leis são escritas no mais puro português dúbio, com a mais ampla intenção de se ter valvulas de escape caso venha a ser preso. O parido de situação diz que o mandatário anterior ” vendeu o país e sumiu com o dinheiro”, só porque ele diminuiu o quadro de funcionalismo publico, criou agencias reguladoras,que conferiam a qualidade do serviço prestado por empresas “privatizadas”, acabou com a palhaçada do banco de varejo dos conglomerados milionários, o BNDES, transformando-o em um FOMENTADOR do crescimento ecônomico do Brasil. Agora, esta instituição financia todos os “conselheiros” do ex-mandatário em seu enriquecimento absurdo. Reclamam de falta de verbas para melhoria de infraestrutura, mas tem dinheiro para criar mas duas unidades federativas, Carajas e Tapajós, com aintenção descarada de criar mais milhares de vagas em empregos publicos, de preferência, por contrato especial, sem concurso, pois assim podem nomear “companheiros” que sempre foram pobres e agora tem a “veis” e que se danem os “ricos”. Desculpem se divaguei do assunto, mas são tantas barbaries em nome do desenvolvimento social que é impossivel não divagar. Quanto a matéria, realmente estamos em uma bolha ecônomica imensa. Note-se que se o setor da construção parar, muito dinheiro sai de circulação, pois vemos crise no setor de minérios, sendo que o maior, e praticamente único, consumidor do mundo é a China, tanto de minérios como de alimentos. Nossa estrutura do terceiro setor, Turismo e Prestação de serviços, esta demolida, arrebentada, tanto fisicamente como comportalmente, não temos mão de obra treinada, e esta ainda é preconceituosa. Preparem-se para o “Dragão da Inflação”, aquele do JOSÉ SARNEY, pois, ao que parece, ele está acordando.Voces não viram a fumaça de sua respiração fechando os aeroportos da América do Sul?

  4. José Claudemiro Passos Brandão disse:

    A bicicleta é difícil de ser pedalada porque são poucos os brasileiros que se propõe a pedalar, com determinação, compromisso e visão de futuro.

    O editorial do Financial Times, com todo respeito, não tem competência para receitar a solução para esse problema, até porque, o problema não é técnico, é de consciência política, social, econômica, patriótica… .

    O exemplo de consciência é dado pelo povo Japonês que na eminência do caos energético temporário, renuncia o uso do ar refrigerado, das escadas rolantes e de outros equipamentos visando equilibrar o balanço energético do país, evitando o caos e suas conseqüências.

    Para tornar nossa bicicleta fácil de pedalar basta que a sociedade brasileira vote em lideranças honestas, comprometidas com um projeto de desenvolvimento para a sociedade. Que compre e invista em empresas nacionais lideradas por empreendedores honestos, com visão de futuro e comprometidos com a geração de riquezas relevantes, especialmente, para a nossa sociedade.

    Afinal estamos montados na bicicleta mais confortável do mundo. Portanto, só depende de nós para que seja também a mais sustentável.

    José Claudemiro.

  5. Carlos Eduardo Costa Maria disse:

    Gostei do comentário do Sr. José Claudemiro é só nos ajustarmos melhor nas pedaladas,pois que povo não gostaria de pedalar uma economia tão pujante assim.

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