Pablo Paiva: casas de carne querem se transformar em boutiques de carne, ou ter produtos exclusivos com alto valor agregado
28 de maio de 2014
Não há nenhum país no mundo que tenha como o Uruguai mais de 50 anos sem usar hormônios e anabolizantes
28 de maio de 2014

Fabiano Tito Rosa: uma pecuária eficiente tem que acelerar giro, abater animais jovens e colocar peso em carcaça

Fabiano Tito Rosa, gerente executivo de Business Intelligence da Minerva Foods, comentou o artigo de Miguel Cavalcanti: Uma visão mais ampla e madura do mercado de carne bovina de qualidade.

Confira comentário na íntegra:

Miguel, parabéns pelo texto e pelo evento, o qual consegui acompanhar alguns trechos.

Interessante distinguir commodity de carne com valor agregado, mas é preciso ter cuidado para não passar a impressão de que commodity é sinônimo de “qualquer porcaria”, de falta de padrão.

Na verdade, toda commodity tem ou precisa ter um padrão, pois o termo se refere justamente a um produto homogêneo, sem diferenciação. Na carne bovina isso é bastante complicado, em função da heterogeneidade de ambiente, raças, sistemas de produção, etc, além das diferentes exigências de mercado; mas é possível tentar colocar alguns parâmetros.

Em linhas gerais, sem estender muito o assunto, animais até 36 meses, com pH 5,9 abaixo, cobertura de escassa para mediana, ao redor de 21 arrobas, atendem bem às exigências dos principais mercados (mais jovens e com melhor cobertura de gordura, marmoreio, etc. já vão caminhando para as linhas prime/nicho), em linha, portanto, com as necessidades dos frigoríficos e acredito também dos produtores – uma pecuária eficiente tem que acelerar giro, abater animais jovens e colocar peso em carcaça). Seria mais ou menos esse o padrão desejável da commodity carne bovina.

Porém, boi inteiro mal manejado entrega cobertura de gordura de escassa para ausente – 60% dos animais abatidos pelo Minerva em 2013- muito problema de pH, etc. Sem contar problemas antigos que ainda são muito presentes, como as questões de contusão, abscesso de vacinação (só em 1 unidade nossa, no mês de fevereiro, foram mais de 3 toneladas de carne perdida por abscesso).

Temos também problemas novos, como a questão de resíduos de produtos veterinários, que merecem mais atenção e compreensão.

A qualidade da nossa commodity tem que melhorar muito ainda, até porque, mesmo os mercados “não-nicho” têm aumentado muito o nível de exigências; essa é uma tendência. Temos que tomar cuidado de não focar demais as discussões nos 2% (800 mil cabeças) e do que ainda temos a melhorar, produtores e frigoríficos, junto aos 98% (39,2 milhões).

Confira artigo na íntegra: Uma visão mais ampla e madura do mercado de carne bovina de qualidade.

 

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress