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Exportações de carne bovina dos EUA podem se beneficiar de problemas na Índia, no Brasil e na Austrália

As exportações de carne bovina dos EUA estão ganhando participação no mercado global e podem continuar ganhando por uma variedade de razões, incluindo menor oferta na Austrália por causa da seca, esforços da Índia para proibir o abate bovino e os pontos de interrogação sobre o impacto de um escândalo no Brasil envolvendo diretores da gigante do setor, JBS.

Em um relatório recente publicado no Cow Calf Corner, o especialista em mercado e extensão pecuária da Universidade Estadual de Oklahoma, Derrell Peel, observou que 71% das exportações totais de carne provêm da Índia, Brasil, Austrália, Estados Unidos e Nova Zelândia.

Embora um tribunal da Índia na semana passada tenha adiado por quatro semanas a proibição nacional do governo sobre a venda para abate de bovinos, incluindo touros, bois, vacas, búfalos, novilhos, novilhas, bezerros e camelos, permanece a incerteza.

Apesar de a carne bovina dos EUA não competir diretamente com a carne bovina indiana em termos de qualidade ou preço, o grande volume de produtos exportados pela Índia afetaria o comércio global de carne, de acordo com a Federação de Exportação de Carne dos EUA (USMEF).

Atualmente, a previsão é de qu a Índia será o principal país exportador de carne bovina com um total previsto em 2017 de 1,85 milhão de toneladas, principalmente de búfalos d’água.

O Brasil, segundo em exportações, deverá exportar 1,80 milhão de toneladas em 2017. No entanto, como Peel aponta, o Brasil foi recentemente abalado por vários escândalos, incluindo um escândalo de suborno de segurança alimentar que envolve várias empresas de carnes e um escândalo de suborno financeiro e político envolvendo a JBS, maior companhia de carne do mundo.

“Não está claro quanto impacto esses escândalos podem ter sobre as exportações totais de carne do Brasil em 2017, mas qualquer impacto provavelmente será negativo”, escreveu Peel.

Enquanto espera-se que a Austrália exporte 1,4 milhão de toneladas de carne bovina em 2017, tornando-se o terceiro maior exportador de carne bovina, a recuperação da seca ainda está nos estágios iniciais, de modo que a produção e as exportações de carne permanecerão baixas em 2017.

“A reconstrução do rebanho está começando em 2017, mas levará algum tempo. A Austrália está vendo as exportações reduzidas de carne para todos os seus principais mercados, incluindo o Japão, os EUA, a Coreia do Sul e a China.”

Os Estados Unidos são o quarto maior exportador de carne bovina, devendo exportar 1,236 milhão de toneladas este ano, e esse número poderá crescer.

“Os EUA estão em uma posição temporária única para aumentar a participação no nos principais mercados de exportação, tendo em vista as rupturas e a incerteza entre outros principais exportadores de carne bovina. A abertura antecipada da China para a carne dos EUA proporcionará uma oportunidade para que as exportações do país cresçam significativamente ao longo do tempo”, escreveu Peel.

Ainda assim, o comércio de carne dos EUA não está sem suas próprias preocupações, entre eles a renegociação antecipada do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA) e seu potencial impacto no comércio com o México e o Canadá.

Fonte: MeatingPlace.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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