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Exportação de carne pode quebrar recorde em 2018

Mesmo com as turbulências que afetaram os frigoríficos brasileiros neste ano, marcado pela Operação Carne Fraca e pela delação dos irmãos Batista, as empresas do setor não só suplantaram as adversidades como encerraram 2017 com expressivo aumento nas vendas externas e agora esperam bater recorde em 2018.

Segundo estimativa da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), os embarques de carne bovina renderam US$ 6,2 bilhões este ano, alta de 13% ante os US$ 5,5 bilhões de 2016. Em volume, as vendas cresceram 9%, de 1,40 milhão para 1,53 milhão de toneladas.

Em entrevista a jornalistas ontem em São Paulo, o presidente da Abiec, Antonio Camardelli, destacou o papel do Ministério da Agricultura nos esforços para reabrir mercados que se fecharam às carnes brasileiras em reação às revelações da Carne Fraca. A rápida reversão dos embargos garantiu o crescimento das exportações.

Com a retomada, as vendas a Hong Kong e China fecharam 2017 com alta de cerca de 30%, em receita. Em volume, as exportações para os dois países aumentaram mais de 20%.

Em 2018, a China deve ser um dos pontos de sustentação do aumento das exportações, disse Camardelli. A Abiec projeta que ano que vem as exportações de carne bovina crescerão 9,8% em volume, para 1,68 milhão de toneladas.

Se confirmado, o desempenho superará o recorde de 2014, quando 1,56 milhão de toneladas foram exportadas. Em receita, no entanto, o recorde de US$ 7,2 bilhões de 2014 não será atingido. A entidade projeta que os embarques renderam US$ 6,9 bilhões, alta de 10,5%.

Segundo Camardelli, a China deve habilitar mais 11 frigoríficos de carne bovina do Brasil a exportarem. Ressaltando fazer uma projeção “conservadora”, ele disse que essas habilitações têm potencial para elevar as vendas de carne à China em 50%, o que geraria uma receita adicional da ordem de US$ 500 milhões ao Brasil.

As habilitações, disse, podem ocorrer no início de 2018, quando técnicos chineses visitarão os 11 frigoríficos. Dentre essas unidades, há duas plantas da Minerva Foods – em Rolim de Moura (RO) e em Janaúba (MG) -, uma planta da Marfrig em Mineiros (GO) e uma da JBS, em Goiânia.

Os exportadores de carne esperam ainda a abertura dos mercados da Indonésia e Coreia do Sul em 2018. Os EUA e a Rússia, que por diferentes motivos embargaram a carne brasileira, devem retomar as compras no ano que vem.

Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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