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EUA: Mercados de carne bovina se ajustam a maiores ofertas

Por Derrell Peel, especialista em extensão pecuária da Universidade do Estado de Oklahoma

A produção de carne bovina dos Estados Unidos deverá aumentar em 4% a 4,5% em 2016. Isso segue a redução anual de 5,7% em 2014 e 2,3% em 2015. A média de produção de carne bovina em 12 meses alcançou seu menor volume em outubro de 2015 – o menor desde maio de 1994 – e vem aumentando desde então. Na primeira metade de 2016, a produção mensal média ficou em 5,3% acima dos níveis do ano anterior. A produção de carne bovina deverá aumentar também durante 2018.

À medida que a produção aumenta, os preços da carne bovina estão caindo com relação aos níveis recordes no atacado e no varejo.

Os preços médios mensais da carne bovina encaixotada (boxed beef) alcançou um pico de US$ 529,66 por 100 quilos para a carne Choice em maio de 2015 e de US$ 549,70 por 100 quilos em abril de 2015 para Select.

Na primeira metade de 2016, os preços da carne bovina Choice ficaram em média em 12,6% abaixo dos níveis do ano anterior, com os preços da carne Select ficando em média 14,5% abaixo dos níveis de 2015.

Os preços da carne bovina Choice alcançaram o pico em maio de 2015, de US$ 1.413,61 por 100 quilos e o preço no varejo da carne na categoria All Fresh alcançou o pico de US$ 1.355,19 por 100 quilos em julho de 2015.

Nos primeiros seis meses de 2016, os preços da carne Choice no varejo caíram em 4,1% com relação ao ano anterior e o das carnes All Fresh caíram em 4,3% com relação ao ano anterior.

Vários fatores explicam porque os preços da carne bovina no varejo se ajustaram menos do que os preços no atacado. Primeiro, existe o longo intervalo na produção. As dinâmicas de oferta de carne bovina são complexas e levam tempo para acontecer em todos os níveis de mercado. Além disso, os aumentos na oferta pressionarão os preços nos mercados de bovinos e nos mercados atacadistas bem mais do que os ajustes nos mercados varejistas.

Em segundo lugar, as mudanças na produção de carne bovina não se traduzem diretamente nas ofertas de carne no varejo. A oferta de carne bovina doméstica no varejo aumentou somente 2,8% quando a produção é ajustada para importações e exportações de carne. Isso é devido principalmente à redução nas importações de carne bovina em 2016. Os ajustes de preços da carne no varejo também refletem o impacto das ofertas das carnes concorrentes, suína e de frango.

Os pecuaristas às vezes transmitem a frustração de que os preços da carne bovina no atacado e no varejo se ajustem mais ou menos lentamente do que os preços dos gados. Atualmente, os preços dos gados para engorda têm se ajustado mais com ajustes menores para boi gordo, preços atacadistas e o menor ajuste até agora é nos preços varejistas. Isso significa que as margens a nível atacadista e varejista estão mais amplas agora. É importante lembrar que as margens da indústria da carne bovina são cíclicas, significando que os preços no atacado e no varejo também não aumentaram tanto nem tão rápido quando as ofertas escassas pressionaram os preços do gado a níveis recordes. As margens tendem à média ao longo do tempo.

Ajustes mais rápidos nos preços da carne bovina no varejo não seriam uma coisa boa para a indústria de carne bovina. Ajustes mais lentos nos preços do varejo diante das crescentes ofertas de carne bovina indicam uma demanda mais forte.

A demanda mais fraca por carne bovina levaria os preços no varejo a ajustar-se mais e mais rápido para mover mais ofertas ao mercado. Os varejistas de carne bovina ajustam os preços somente quando o mercado os força a ajustar. O fato de os preços varejistas terem se ajustado lentamente até agora, especialmente diante das amplas ofertas de carne suína e de frango, é um sinal de forte demanda por carne bovina. Os preços da carne bovina no varejo estão declinando, mas continuam próximos a níveis recordes com relação aos preços varejistas da carne suína e de frango.

Os ajustes nos preços da carne bovina no atacado e no varejo continuarão nos próximos meses à medida que a produção continua crescendo. Os preços no varejo cairão, o que não significa que a demanda por carne bovina está pior. O consumo de carne bovina aumentará, o que não significa que a demanda por carne bovina está melhor. Entretanto, os preços da carne bovina no varejo declinando relativamente mais lento à medida que a oferta aumenta é uma medida da forte demanda por carne.

Fonte: MeatingPlace.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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