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Estudo sugere que ferramentas usadas para cortar carne de animais deram margem evolucionária para a comunicação humana

Há dois e meio milhões de anos, nossos ancestrais hominin na Savana Africana transformaram rochas em ferramentas que podiam cortar gazelas, zebras ou outros animais mortos. Durante os próximos 700.000 anos, essa tecnologia de açougue se disseminou pelo continente e, ao que parece, veio a ser uma força evolutiva importante, de acordo com uma nova pesquisa da UC Berkeley, Universidade de Liverpool e Universidade de St. Andrews, no Reino Unido.

Combinando as ferramentas de psicologia, biologia evolucionária e arqueologia, os pesquisadores descobriram evidências para a co-evolução das ferramentas de abate do início da Idade da Pedra e nossa capacidade de comunicação e ensino lançando nova luz sobre o poder da cultura humana para moldar a evolução.

O estudo, publicado no Nature Communications, foi o maior até hoje a avaliar a co-evolução de genética e cultura no contexto das ferramentas pré-históricas Oldowan, os mais antigos dispositivos de corte conhecidos. Isso sugere que a comunicação entre nossos mais antigos ancestrais pode ser mais complexa do que se pensava anteriormente, com ensino e talvez até uma proto-língua primitiva ocorrendo há cerca de 1,8 milhão de anos.

ZebraSkinning3001A imagem ilustra como os hominins há 2,5 milhões de anos usavam pedras para cortar a carne dos animais mortos, dando início a um processo de comunicação para transmissão de conhecimentos e habilidades referentes à confecção de ferramentas. Ilustração de Jay Matternes.

Essas ferramentas Oldowan datam do período Paleolítico Inferior no leste da África e permaneceram sem mudanças por 700.000 anos até que machadinhas e cutelos Acheulan sofisticados, que marcaram a próxima geração de tecnologia de ferramentas de pedra, entraram em cena.

Ao testar cinco diferentes formas de transmitir o uso das ferramentas Oldowan para mais de 180 estudantes da faculdade, os pesquisadores descobriram que a demonstração que usou comunicação falada – versus apresentações de imitações não verbais ou gestuais – geraram um maior volume de flocos de pedra e esses com maior qualidade no mesmo período de tempo e com menos desperdício.

O vídeo abaixo, mostra o método que era usado na época para produzir esses flocos de pedra, que, por sua vez, eram usados para cortar a carne.

Os pesquisadores concluíram que eles não falavam, porque as únicas ferramentas que fizeram por 700.000 anos foram essas. Se usassem a linguagem, provavelmente teriam aprendido mais rápido e desenvolvido novas tecnologias mais rapidamente. Sem a linguagem, concluiu-se que um Steve Jobs na versão Oldwon, por exemplo, teria pressionado para transmitir suas ideias visionárias. Assim, a semente da linguagem, aprendizado e ensino foram plantadas devido à demanda por ferramentas Oldowan, sugere o estudo, e em algum ponto, os hominins passaram a se comunicar melhor levando ao advento das ferramentas Acheulean, há 1,7 milhão de anos.

Os dados sugerem que quando a indústria de ferramentas Oldwon começou, provavelmente não tinha a intenção de ser ensinada, mas métodos de ensino foram desenvolvidos depois.

Fonte: newscenter.berkeley.edu, traduzida e resumida pela Equipe BeefPoint.

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