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Cresce a demanda por carnes especiais em MG

Ir ao açougue e simplesmente pedir uma carne de primeira ou de segunda não é mais uma realidade. Hoje, mais preocupados com a saúde e com a qualidade do produto, principalmente depois dos desdobramentos da Operação “Carne Fraca”, os consumidores querem saber de tudo antes de comprar: a raça e a procedência do animal, o corte da carne e até mesmo o processo envolvendo a criação e o abate dos bovinos. O resultado é um mercado mais atento a esta demanda e que se profissionaliza cada vez mais para oferecer produtos nobres e com certificação aos seus clientes, consolidando no Brasil uma nova tendência: “o mercado do churrasco”.

Hoje já é possível encontrar em Minas butiques de carne que priorizam o bom tratamento ao animal e negócios que vão desde clube de assinaturas de carnes a casa de rodízio que está prestes a lançar sua própria marca de churrasco. É o caso da Churrascaria Porcão, especializada no ramo há 43 anos, que pretende instalar dentro do restaurante uma butique de churrasco.

“A ideia é levar a marca Porcão para dentro das casas, com uma linha completa de churrasco, com pão de alho, tempero, churrasqueiras, sal grosso etc. Já lançamos o vinho, e a cerveja chega no mês que vem. No segundo semestre, já devemos ter entre 30 e 40 produtos da linha disponíveis para venda dentro do restaurante.

O que dá a possibilidade, por exemplo, de o cliente levar para casa e preparar o seu próprio churrasco com a carne que comeu no restaurante a gostou”, explica o presidente do Grupo Meet, do qual o Porcão faz parte, Fernando Júnior. Ele também não descarta a possibilidade de comercializar estes produtos no atacado, fazendo com que eles cheguem às prateleiras de supermercado, por exemplo.

Ainda segundo Júnior, a demanda crescente por produtos de qualidade tanto para os churrascos de quintal como para o comércio, foi o que impulsionou o projeto. “Antes as pessoas escolhiam a carne que parecia melhor na gôndola ou no visor do açougue, mas hoje elas querem qualidade.

Por isso que raças bovinas como Angus e Wagyu estão despontando na preferência do público. As pessoas começaram a perceber que carne tem raça, tem marca. Além disso, este fenômeno ‘MasterChef’ de as pessoas quererem cozinhar em casa, faz com que os chefes de final de semana optem por carnes melhores”, conclui.

A Paladar Carnes, localizada em Matozinhos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), previu as tendências do mercado há 16 anos. “O consumidor está mais bem informado e hoje, com a tendência a se preocupar mais com a saúde, a mentalidade mudou. Em vez de comer grandes quantidades, as pessoas preferem comer com qualidade. Enxergamos isso no mercado e desde 2002 começamos a fazer cortes especiais”, conta o proprietário, Fernando Tornelli.

Ele explica ainda que a concepção do seu negócio está no fato de acompanharem toda a produção para garantir que o animal a ser abatido sofra o menos possível. “O boi tem que ser abatido e manejado com cuidado, se não ele libera adrenalina, fazendo com que a carne perca a suculência. Nosso frigorífico está localizado dentro de uma fazenda onde há a criação, recebemos os animais vivos, os conduzimos priorizando o bem-estar, abatemos, maturamos e preparamos para a venda”.

Tornelli também ensina que, muitas vezes, o que faz uma carne ser considerada de segunda é simplesmente o corte. “Em cada boi, tiramos 1.800 quilos de denver, um corte americano que, normalmente, é uma carne considerada de segunda, mas que em um animal selecionado e cortado da forma correta, se torna uma iguaria, tem um sabor até adocicado. E o consumidor está procurando esses novos sabores”.

E não só o animal é totalmente aproveitando, como também a água. “Desenvolvemos um trabalho científico aqui em parceria com a UFMG que fez com que fosse possível reutilizar toda a água em outras partes do processo”, explica.

Fonte: Diário do Comércio.

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