Comissário europeu diz ser importante restabelecer confiança com país
24 de março de 2017
Reabertura da China à carne é reconhecimento da confiabilidade, diz Temer
27 de março de 2017

Copa-Cogeca envia carta à Comissão Europeia pedindo ações contra importações de carne brasileiro

A Copa – Cogeca, que reúne cooperativas agrícolas da Europa, enviou uma carta à Comissão Europeia pedindo ações contra as importações de carne brasileira após escândalo.

O secretário-geral da Copa-Cogeca, Pekka Pesonen, afirmou em Bruxelas: “Não é aceitável que estes tipos de casos de fraude apareçam quando os certificados de exportação foram falsificados há dez anos ou mais e os requisitos veterinários não cumpridos. Não é a primeira vez que as autoridades brasileiras enfrentam fraudes. Infelizmente, não temos visto medidas corretivas suficientes postas em prática. Deve-se tomar medidas eficazes para evitar que isso aconteça novamente.”

“A Copa-Cogeca apoia fortemente a decisão da Comissão Europeia de rejeitar o certificado veterinário europeu para as importações de carne dos quatro frigoríficos brasileiros afetados pela fraude alimentar. Mas esta decisão não vai longe o suficiente para evitar que tal situação aconteça novamente. Temos de reconhecer que as missões realizadas pelo Serviço Alimentar e Veterinário (SAV) e os controles efetuados nas fronteiras da UE não conseguiram detectar as deficiências do sistema de segurança alimentar brasileiro que aparentemente estão ocorrendo há mais de dez anos.”

Consequentemente, a Copa-Cogeca pede que a Comissão acompanhe de perto as medidas tomadas pelas autoridades brasileiras para garantir que nenhum outro local de produção tenha o mesmo problema e elabore um roteiro para abordar essas fraudes no futuro. A Comissão deve assegurar que as importações para a UE cumprem as normas europeias mais elevadas. Os agricultores europeus e as suas cooperativas não podem permitir-se reduzir as normas de segurança alimentar da UE ou colocar em risco a confiança dos consumidores da UE devido à fraude em países terceiros.

Além disso, eles estão comprometidos com as normas de produção da UE que, no caso da carne bovina, garantem a rastreabilidade individual completa do gado durante toda a vida dos animais. Esta é a única forma de assegurar a correta aplicação das normas de segurança alimentar. “A Copa-Cogeca recusa-se a permitir a duplicação de normas em matéria de segurança alimentar para a carne, em comparação com as importações no mercado único da UE”, insistiu. A Copa-Cogeca acredita que a Comissão deve tomar medidas comerciais muito mais fortes, como a imposição de uma proibição temporária das importações brasileiras para a UE, o que já foi feito por muitos outros países não comunitários.

“A falha do Brasil em aplicar e monitorar as normas de segurança alimentar equivalentes da UE para a carne também levanta sérias preocupações sobre as negociações comerciais em curso entre a UE eo bloco comercial latino-americano Mercosul. No setor da carne bovina, reiteramos os nossos apelos para implementar o regime de rastreabilidade individual completo para o gado durante toda a sua vida útil. Acreditamos que este esquema é um pré-requisito para as próximas etapas das negociações comerciais do Mercosul.”

Os produtores europeus têm feito um grande esforço ao longo das décadas para melhorar a rastreabilidade ao longo da cadeia, desde o primeiro dia da vida de um animal até o matadouro, assumindo o fardo financeiro de atender às demandas dos consumidores e manter a confiança dos mesmos. Convidamos a Comissão a lançar uma campanha de promoção da sensibilização para as elevadas normas de produção da UE para a produção especializada de carne bovina na UE. Esta é a única ferramenta disponível que pode manter a confiança dos consumidores europeus na carne vermelha.

Fonte: Copa-Cogeca, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress