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Chineses querem investir na compra de terras no Brasil

A Agrifirma, grupo brasileiro que trabalha na aquisição e desenvolvimento de terras agrícolas, está esperando para se tornar a primeira empresa nacional a ser listada na bolsa de Hong Kong. "Há uma escassez de terras cultiváveis na própria China. Eventualmente, a China terá de ir ao exterior para originar seus produtos agrícolas", disse Adrian Fu.

A Agrifirma, grupo brasileiro que trabalha na aquisição e desenvolvimento de terras agrícolas, está esperando para se tornar a primeira empresa nacional a ser listada na bolsa de Hong Kong. Apoiada pelo investidor britânico Jacob Rothschild, a iniciativa ocorre depois de a empresa já ter atraído recursos de alguns dos maiores investidores do território.

Com a entrada na bolsa, a Agrifirma espera levantar entre US$ 100 milhões e US$ 200 milhões a partir da oferta pública inicial de ações, prevista para 2011. “O mercado ficou um pouco ruim em 2008 e 2009, mas agora estamos prontos para prosseguir”, disse Charles Brown, diretor da Lake House, empresa com assento no board da Agrifirma.

Na semana passada, Ian Watson, presidente da Agrifirma, baseado em Londres, se reuniu com bancos de investimento, representantes da bolsa de Hong Kong e fundos de investimento, incluindo o China Investment Corp. (CIC). No ano passado, o CIC já havia pago US$ 856 milhões por 15% do Noble Group, um operador de commodities de Hong Kong, em um negócio que já demonstrava a crescente preocupação chinesa com a segurança alimentar do país.

A empresa brasileira já comprou 60 mil hectares de terras no Estado da Bahia e planeja aumentar suas terras para chegar a 100 mil hectares antes da abertura do capital. O negócio da Agrifirma consiste em comprar terras, especialmente no Cerrado, e transformá-las em áreas produtivas. A empresa já levantou US$ 179 milhões até agora, incluindo investimentos de dois investidores de Hong Kong – Raymond Kwok e Adrian Fu – e o grupo de investimentos Lake House.

“Há uma escassez de terras cultiváveis na própria China”, disse Fu, que atua no segmento hoteleiro. “Eventualmente, a China terá de ir ao exterior para originar seus produtos agrícolas”, disse.

Para Watson, da Agrifirma, “a renda no mundo em desenvolvimento está crescendo e isso vai gerar uma alta nos preços dos alimentos”. Ele observa que o Brasil tinha 14% da água fresca do mundo, enquanto as populosas províncias do norte da China e suas cidades são permanentemente secas. “Quando você exporta agricultura você está exportando água”, afirma Watson.

As informações são do Valor Econômico, resumidas e adaptadas pela Equipe AgriPoint.

5 Comments

  1. vacir P Oliveira disse:

    Porque vamos entregar nossas terras aos chineses? E os nossos sem terras acampados em beiras de rodovias Brasil afora. Como fica ? Continuam ai na miseria como estao? E os “Brasiguaios” Que estao sendo escurracados do Paraguai. Pra onde vao estes individuos? Onde anda nosso governo?

  2. JOSE FRANCISCO SOARES ROCHA disse:

    O loteamento indiscriminado de terras brasileiras para o capital estrangeiro,de maneira especulativa,pode trazer sérias consequências para a nossa economia no futuro,com pressões economicas e especulativas,sobre o valor das terras,dos insumos utilizados,sobre a produção,além da pressão sobre as reservas florestais,que no futuro também sofreremos questionamentos.Não me furtaria a dizer que é até uma questão de soberania sobre nossos recursos.
    O Brasil hoje a duras penas,detém tecnologia,mão de obra,e uma razoável logística para entregar o cerrado a preço de banana.Estão sendo vendidas terras a 500,00/hectare na bahia,tocantins,e sul do maranhão,como pudemos observar em visita a esta região.Acredito que produtores devem se mobilizar,pois poderemos dar um tiro no pé.Isto deveria ser problema do congresso e do governo,mas poderemos ter mais uma surpresa desagradavel,com a nossa galopante corrupção.Acorda Brasil,não vamos entregar a rapadura pronta tão barato !!!!

  3. MARCOS V. LENZI disse:

    E agora?…….. onde estaõ as ongs que adoram se meter em tudo o que diz respeito agricultura , naõ tem nem uma pra impedir essa já anunciada invasão amarela,nos aqui naõ podemos nada , só falta vir os chineses e transformarem o nosso pais no quintal da china ,o cerrado baiano sozinho tem capacidade de produçao equivalente a de toda argentina , vamos abrir os olhos depois naõ adianta chama o ministério publico. ainda bem que o novo codigo florestal vai ser votado e os chineses vaõ ficar cabreros em comprar terra que devera ficar cinco anos com desmatamento zero … ha ha ha

  4. Vitor Jose Teixeira de Souza disse:

    Nao devemos sucumbir a ilusao de dinheiro alto e fácil trazidos pelos chineses a curto prazo, pois a longo prazo vem a tona o problema da segurança alimentar de nosso país e tambem do mundo…somos o único pais capaz de produziz alimentos em larga escala para o mundo…e nao so para um grupo seleto de investidores…o Brasil tem mais a ganhar a longo prazo se nao permitir que isso aconteça agora.

  5. Roberto Cabral disse:

    É um absurdo uma empresa nacional se vangloriar de entrar em um ambiente externo para vender aquilo que é tão caro para o seu país: a própria terra, território, chão mesmo. é questão de ser nacionalista. se eles não têm terras cultiváveis, que els paguem pelo nosso produto, que já tão caro nos custa: não se mede a coragem que o produtor tem em produzir, mas foi arriscando a própria pele em um ambiente financeiramente hostil (sem falar na política e suas corruptelas, e também dos desencontros das políticas governamentais de produção de alimentos e preservação do meio ambiente, que podem perfeitamente coexistir pacificamente) que nos tornamos um país eficiente em produzir alimentos e em transportá-los até o consumidor (sim, por que conviver com a nossa infraestrutura de escoamento de produção, devemos ser de fato bastante eficientes, e contar também com uma boa vontade enorme de nosso humor para não desanimarmos com o próximo “soluço” da economia, do tempo, do governo ou do caminhão…).
    se vamos entregar alguma coisa, que não seja somente a soja – mas o óleo de soja – ou o boi – mas que seja a carne processada. somos mestres em cumprir exigências: que eles venham até aqui, façam as suas exigências e paguem por tudo que exigiram.
    o patrimônio é nosso. a terra cultivável é um tesouro que não se mede. se eles quiserem, que eles comprem os frutos da terra, mas a terra, para o estrangeiro com pretensões de se formar um verdadeiro império (conforme noticiado), deveria ser vedado o acesso. se alguém já ouviu um empresário chinês do ramo de tecelagem se preocupar com as nossas empresas nacionais, por colocar no brasil um produto de fato mais barato, mas produzido de forma social e ambientalmente consenável, retiro tudo o que disse.

    certa vez li uma matéria que citava uma entrevista de um membro do governo brasileiro, concedida a um jornalista em nova iorque, e a pergunta feita foi a seguinte: “o uqe o senhor acha da internacionalização da amazônia?”. bom, encurtando a prosa, o delegado brasileiro disse que, se fosse para bem preservar a amazônia, que ela deveria ser sim internacionalizada. mas como brasileiro, ele defenderia a amazônia para os brasileiros até o limite de suas forças, pois era uma questão de soberania nacional: terra é sempre terra.

    trazendo o raciocínio pra cá, valem exatamente as palavras daquele senhor: terra é sempre terra, e terra nossa na ,ão de estrangeiro é problema de soberania nacional.

    o brasil tem um mercado interno de necessidades, e essas necessidades existem em forma de produtos. se em um futuro próximo a economia interna quebrar, acabar tudo, não sobrar nada do que temos hoje – indústrias, serviços, etc. – ainda teremos a nossa soberania (já tão prejudicada por anos de exploração econômica externa praticada pelos países ricos) e a nossa terra: poderemos plantar nosso próprio alimento.

    um abraço a todos os produtores, e nos mantemos alertas para isso: terra, terra é sempre terra.

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