Organizações de carne canadenses reagem à introdução da legislação da CPTPP
18 de junho de 2018
ANTT suspende publicação da 3a tabela de frete até audiência do STF
19 de junho de 2018

Carne criada em laboratório enfrenta regulação nos EUA

As startups de carnes criadas em laboratórios que utilizam células animais para produzir produtos de carne bovina, de aves e de frutos do mar chamaram a atenção da Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA, na sigla em inglês), que iniciou o processo de regulação do setor.

A carne artificial, considerada uma alternativa ecologicamente saudável à carne real, é feita por meio da coleta de células de animais e do cultivo delas para a produção de alimentos. Empresas como Memphis Meats e Future Meat Technologies despertaram o interesse de investidores como as gigantes da alimentação Tyson Foods e Cargill, além dos bilionários Bill Gates e Richard Branson.

A FDA planeja realizar uma reunião em 12 de julho para obter informações do setor a respeito da segurança da tecnologia, além de considerações a respeito de como seria possível rotular os produtos para que os consumidores saibam que estão comprando carne de laboratório — e não de vaca. Debate-se também quem deveria regular a carne criada em laboratório nos EUA, a FDA ou o Departamento de Agricultura do país.

Na reunião de julho, a FDA planeja “compartilhar nosso pensamento inicial a respeito de como pretendemos aplicar, de forma apropriada, nossas ferramentas e políticas regulatórias atuais a esta nova área da tecnologia”, disseram o comissário da FDA, Scott Gottlieb, e a vice-comissária, Anna Abram, em comunicado, nesta sexta-feira.

O banco agrícola CoBank classificou os produtos de proteínas alternativas como uma das tendências alimentares mais interessantes a serem observadas neste ano, apesar de Trevor Amen, economista do banco, ter previsto em novembro que a carne artificial demoraria mais três a cinco anos para chegar aos restaurantes e mais cinco a oito anos para aparecer nas prateleiras dos supermercados.

A empresa Just, do empreendedor Joshua Tetrick, anteriormente conhecida como Hampton Creek, anunciou que planeja colocar o que chama de “carne limpa” no mercado até o fim do ano. Em 2015, a FDA decidiu que a Hampton Creek não poderia chamar seu molho vegano de maionese porque o produto não continha ovos. Posteriormente, o órgão permitiu que a empresa chamasse o produto de Just Mayo desde que colocasse em maior destaque o aviso “não contém ovos” e fizesse outras modificações no rótulo.

A Associação de Criadores de Gado dos EUA apresentou petição ao USDA no início do ano para que apenas a carne de animais criados e abatidos da forma tradicional pudesse ser rotulada como carne. Isso significaria que empresas como Impossible Foods e Beyond Meat, que fabricam produtos de base vegetal – e também as opções feitas a partir de células animais — teriam que encontrar outro nome para sua proteína. Agora, parece que a FDA emitirá essa determinação.

A agência aprovou o primeiro animal geneticamente modificado em 2015 ao permitir que a AquaBounty Technologies comercializasse um salmão apelidado de “Frankenpeixe” pelos críticos. O salmão é geneticamente modificado para possibilitar que cresça mais rapidamente, mas o Congresso obrigou a FDA a proibir as importações do peixe, criado no Canadá e no Panamá, enquanto não publicar as regras finais de rotulagem, o que ainda não foi feito.

Fonte: Bloomberg, publicada no UOL.

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress