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Australian Beef Report: Identificando as barreiras para uma produção lucrativa de carne bovina

406092 01: Cattle are driven south during the Great Australian Outback Cattle Drive June 1, 2002 in Birdsville Track, south Australia. The drives trace the areas travelled from Birdsville, Queensland, Australia to Marree, South Australia from the1880s until 1969. About 600 cattle are being driven 321 miles over six weeks, travelling about ten miles per day with about 1000 people involved, including tourists from the U.S, Switzerland, England and New Zealand. (Photo by Tony Lewis/Getty Images)

O Australian Beef Report é uma análise independente do desempenho dos negócios familiares de produção de carne bovina da Austrália, de pequenos a grandes negócios em todo o país. O relatório reconhece diretamente e trabalha nas questões da lucratividade atual da indústria.

O relatório traz um entendimento do atual desempenho da indústria e como melhorar esse desempenho, a nível de negócio individual.

O relatório tem como público alvo produtores individuais de carne bovina que querem entender melhor e melhorar o desempenho de seu negócio. Além disso, é também voltado às pessoas do serviço industrial que quer entender melhor o desempenho da indústria e o que determina isso.

Fontes de dados e Análise

Fontes de dados incluem ABARES, NLRS e ABS, bem dados próprios privados. O período analisado é de 12 anos financeiros, de 2004 a 2016. A indústria foi segmentada em norte e sul, bem como pelo tamanho do rebanho, região e mercado primário.

Salários do proprietário – quanto você vale?

O relatório incluiu uma despesa salarial do proprietário que influencia no desempenho relatado.

O valor aplicado foi de A$ 109.000 para um casal que trabalha em tempo integral (ajustado com base no equivalente full-time real do proprietário/família). Para contextualizar, os ganhos normais médios nacionais para um casal são próximos de A$ 150.000. Os salários do proprietário constituem 28% das despesas operacionais no norte e 35% no sul. Nem todos concordarão com isso, mas os autores afirmam que uma compensação justa para os esforços de gestão é essencial.

Os gráficos acima mostram a enorme diferença na lucratividade entre as fazendas que estão entre as top 25% e a lucratividade média e, dessa forma, o relatório buscou descobrir as razões para isso.

Principais conclusões

– Todos os lucros da indústria são efetivamente provenientes dos 25% melhores produtores.

– O desempenho a longo prazo dos 75% piores produtores (quando um valor total é colocado no trabalho do proprietário/família) é de perda, antes dos juros.

– As fazendas com melhor desempenho geram lucros suficientes para pagar um salário a si mesmos, pagar juros e ter fundos suficientes para redução de dívidas, para reserva financeira e expansão. O restante das fazendas não.

– Isso é baseado no desempenho médio de longo prazo (12 anos). O desempenho da indústria é atualmente muito melhor, neste momento do ciclo de preços, mas uma queda de preços de A$ 0,25/kg de peso vivo e um aumento de 2,5% nas taxas de juros fará com que as médias do norte e do sul voltem ficar no vermelho.

– O relatório detalha qual é o desempenho atual, quais são os fatores que determinam o desempenho e como melhorar o desempenho.

Barreiras à lucratividade

Existem duas barreiras à lucratividade na indústria de carne bovina:

  1. Escala operacional
  2. Eficiência Operacional

As fazendas que têm ambos possuem um negócio de carne bovina que gerará lucros saudáveis na Austrália. Ambos são necessários, de forma que o excesso de um geralmente não compensa a falta do outro.

Escala operacional

A escala operacional é expressa como o número de unidades animais que o negócio tem, sendo Animal Equivalents (AE) no norte e Dry Sheep Equivalents (DSE) no sul. A escala operacional é principalmente sobre ter economias de escala suficientes para alcançar custos fixos competitivos por unidade animal.

As necessidades da família (ou proprietários) também influenciam na escala operacional requerida, bem como a produtividade do rebanho. Uma família com três filhos frequentando a escola, por exemplo, tem necessidades bem diferentes de um casal sem filhos.

Negócios menores podem ser bem sucedidos, mas pode ser necessário tratar o negócio como um trabalho de meio-período e ter fonte de renda fora da fazenda para garantir que as necessidades da família estão sendo supridas. Os produtores do sul já estão fazendo isso melhor do que os do norte.

Eficiência operacional

Eficiência operacional é sobre ter uma produtividade excelente nas três importantes áreas do negócio:

– Terra (há muita diferença entre a produtividade nas terras no Norte e no Sul).

– Mão de Obra – muito crítico, sendo responsável pela maioria dos custos da fazenda.

– Gado, que precisa ser produtivo.

A eficiência operacional também requer uma despesa direcionada de rebanho, onde cada dólar gasto no rebanho se paga muitas vezes. As fazendas top 25% geralmente gastam menos no rebanho, mas esse gasto é mais direcionado.

Fatores que separam as fazendas de melhor desempenho

Os fatores que separam as fazendas de melhor desempenho são consistentes e diretos. As fazendas de melhor desempenho tem:

– Maior produtividade por unidade animal (e, dessa forma, maior rendimento por unidade animal);

– Melhor desempenho nos três direcionadores de produtividade (taxa reprodutiva, taxa de mortalidade e peso na venda).

– Despesas mais baixas das empresas (as que apresentam uma melhor produtividade indicam ter despesas melhor direcionadas, em vez de menos despesas).

– Melhor eficiência laboral.

– Mais escala operacional.

Barreiras à lucratividade

– Ter escala operacional suficiente e alcançar excelente eficiência operacional resultará em lucros saudáveis.

– Entretanto, isso não necessariamente resulta em alcançar uma lucratividade satisfatória (lucro como uma relação de ativos).

– Isto é devido ao alto valor da terra, o que representa 81% dos ativos totais no sul e 77% no norte.

– As fazendas de melhor desempenho em apenas um punhado de coortes alcançaram um retorno de longo prazo (operacional + capital) que excedeu o custo do capital (custo da dívida). A indústria, em geral, ao longo do período analisado não está cumprindo seu custo de capital.

O relatório completo com todos os dados de autoria, bem como com possibilidade de ser adquirido pode ser acessado no site: https://www.bushagri.com.au/abr/.

Fonte: Webinário realizado pelo site Beef Central, com os autores do Australian Beef Report, Phil Holmes (Holmes & Association) e Ian McLean (Bush Agribusiness) no dia 7 de dezembro, traduzido, resumido e adaptado pela Equibe BeefPoint.

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